A falta de modelos culturais na amamentação
A amamentação nos primatas superiores não é puramente instintiva. É preciso uma aprendizagem por observação, aprendizagem que na natureza se dá de forma espontânea. Mas muitas mães dão à luz sem nunca haver visto outra mulher dar de mamar. Algumas nem sequer tiveram outro bebê nos braços. Muitas adolescentes não passaram pela experiência de ver uma mãe cuidando do seu filho apesar de terem feito um bico de babysitter, cuidando o bebê (e dando mamadeira) quando a mãe está ausente.
Por outro lado, é relativamente fácil ver bebês tomando mamadeira. Nos parques, nos filmes, nas fotos de revista. Isso contribue para que, em muitos países europeus, as imigrantes dêem menos peito que as autóctonas. As turcas que moram na Suécia, por exemplo, não só dão menos peito que as que ficaram na Turquia, também dão menos peito que as suecas. A Suécia é um dos países da Europa onde mais se dá o peito, mas as imigrantes não ficaram sabendo. Não entendem os livros, não têm amigas com quem falar, só podem ver as fotos das revistas e chegam à conclusão de que "a mamadeira deve ser melhor, porque aqui é o que tomam todos os bebês".
Como dar mamadeira sim, já viram muitas vezes, em fotos ou ao natural, muitas mães tentam dar o peito segurando o bebê como se fossem dar uma mamadeira, com a cabeça no cotovelo e olhando pra cima. Dessa maneira, o bebê tem que virar e dobrar o pescoço e quase não chega ao peito.
Também a arte pode oferecer modelos inadequados. Em muitos quadros o menino Jesus mama sentado e com o pescoço torcido. Mas, preste atenção ao menino, costuma ter vários meses e ás vezes um ou dois anos. Os recém nascidos, verdade seja dita, não são muito fotogênicos; o quadro fica melhor com um bebê maiorzinho. E em alguns quadros o menino nem sequer está mamando, está olhando o pintor (tão interessante, claro) enquanto dá uma bela puxada no peito da mãe.
Trecho do livro Un Regalo Para Toda La Vida do pediatra Carlos González.
Também é objetivo do nosso grupo divulgar e promover uma cultura de amamentação.
Mesmo que não existam dúvidas nem dificuldades, venha partcipar das nossas reuniões! Sua participação é importante para juntas tentarmos recriar uma cultura mais amiga da mãe que amamenta...
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