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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Leite materno - Como se faz

Anatomia e Fisiologia da Lactação
O começo do processo, ainda durante a gravidez
Se você estiver grávida, provavelmente já percebeu mudanças nos seus seios. Essas alterações físicas - seios mais inchados, sensíveis e aréolas (o círculo da pele ao redor do mamilo) mais escurecidas – são algumas das primeiras “dicas” de que você vai ter um bebê!
Os especialistas acreditam que a mudança da cor também pode ser uma ajuda para a amamentação. É a maneira que a natureza tem de fornecer um “guia” visual que ajuda os recém-nascidos a encontrar o seio (“ei, o jantar está aqui!!!”). Um outro sinal da gravidez é o aparecimento de pequenos carocinhos em torno da aréola chamados “glândulas de Montgomery”, que também têm um papel fundamental na amamentação. Estes pequenos caroços produzem uma substância oleosa que limpa, lubrifica e protege o mamilo de infecções durante a amamentação.
Algumas têm leite vazando na roupa, mesmo antes do bebê nascer, outras não. Ninguém deve se preocupar com isso, não é sinal de nada. O leite virá.

O que está acontecendo no seu seio
Ainda mais impressionante que esta transformação visível,

são as grandes mudanças que ocorrem dentro dos seus seios. Sua placenta estimula a liberação do estrogênio e progesterona, que, por sua vez, estimulam o complexo sistema biológico que faz a lactação possível.
Antes da gravidez, seus seios eram compostos de uma combinação do tecido de sustentação, glândulas lactíferas e gordura (a quantidade de gordura varia entre as mulheres, e é por isso que os seios têm tal variedade de tamanhos e formas). De fato, seus seios têm se preparado para essa gravidez desde que você era um embrião de seis semanas, no ventre da sua mãe.
Quando você nasceu, a maioria dos seus ductos lactíferos – uma rede de canais por onde passa o leite através do seio – já estavam formados. Suas glândulas mamárias permaneceram “em repouso” até a puberdade, quando uma inundação do estrogênio fez com que seus seios crescessem e desenvolvessem. Durante a gravidez, essas glândulas começam a trabalhar a todo vapor…
Quando seu bebê nasce, o tecido glandular substituiu a maioria das células lipídicas o que explica o seu seio maior-que-nunca. Cada seio pode ter até cerca de 680 gramas!
Entre as células gordurosas e o tecido glandular fica uma intricada rede de canaletas ou canais chamados ductos lactíferos. Os hormônios da gravidez provocam um aumento de número e tamanho nos ductos lactíferos. Estes ramificam-se em canais menores e, terminam em pequenas glândulas redondas chamadas alvéolos que formam “cachos”, chamados lóbulos. O leite materno é produzido nesses alvéolos. Cada mama tem entre 15 e 20 lóbulos com um ducto lactífero para cada lóbulo.
O leite é produzido dentro dos alvéolos, que são cercados por células musculares que espremem as glândulas e mandam o leite para fora através dos ductos. Pequenos ductos conduzem a um ducto maior que se alarga em um “reservatório” chamado seio lactífero, que fica logo abaixo do aréola. Os seios lactíferos agem como reservatórios que guardam o leite até que seu bebê o sugue através de minúsculas aberturas em seu mamilo.
A Mãe Natureza é tão esperta que esse complexo sistema do ductos está completamente formado em algum momento durante seu segundo trimestre, assim você poderá nutrir seu bebê mesmo se ele nascer prematuramente.


A produção se acelera, depois que o bebê nasce
Produção de leite e prolactina

Você começará a produzir leite em “escala total” cerca de 72 horas depois do nascimento do bebê. Uma vez que você expele a placenta, os níveis de estrogênio e progesterona diminuem drasticamente em seu corpo. Ao mesmo tempo, o nível do prolactina aumenta. Este hormônio produzido na glândula pituitária sinaliza ao seu corpo para produzir lotes de leite para nutrir seu bebê. Os estudos mostram também que a prolactina pode fazer você sentir-se mais “maternal,” por isso alguns especialistas chamam este de “hormônio materno”.
Enquanto seu corpo se prepara para a lactação, ele bombeia sangue extra nos alvéolos, fazendo seus seios ficarem firmes e cheios. As veias sangüíneas inchadas, combinadas com uma abundância de leite, podem fazer seus peitos temporariamente dolorosos e engurgitados, mas se você amamentar freqüentemente, nos no primeiros poucos dias poderá aliviar todo desconforto.
Cada vez que a criança suga, estimula as terminações nervosas do mamilo. Estes nervos levam o estímulo para a parte anterior da glândula pituitária que produz a prolactina. Esta, através da circulação sanguínea, atinge as mamas que produzem o leite. A prolactina atua depois que a criança mama e produz leite para a próxima mamada.
Essas etapas, desde a estimulação do mamilo até a secreção do leite, são chamadas reflexo de produção ou reflexo da prolactina.
A glândula pituitária produz mais prolactina durante a noite do que durante o dia. Portanto, o aleitamento materno à noite ajuda a manter uma boa produção de leite.

Primeiro vem o colostro
Nos primeiros dias de nascido, seu seio vai produzir uma substância cremosa, altamente protéica, com baixa gordura chamada colostro . Provavelmente, nos últimos meses da gravidez você já viu algumas gotas dessa substância grossa e amarelada (algumas mulheres têm até mesmo um pouco de colostro no segundo trimestre da gravidez). Este precioso, facilmente digestivo “primeiro leite” é cheio de anticorpos contra doenças chamados imunoglobulinas que fortalecem o sistema imunológico do seu bebê .


Como o leite flui de você para seu bebê
Para que seu bebê aprecie seu leite, ele deve “baixar” ou ser liberado dos alvéolos internos.
É assim que isso acontece: seu bebê suga seu mamilo, estimulando a glândula pituitária a liberar a ocitocina – assim como a prolactina - em sua corrente sangüínea.
Quando alcança seu seio, a ocitocina faz com que os minúsculos músculos em torno dos alvéolos (cheios de leite) contraia-se. O leite é expelido para os ductos por onde é transportado para os seios lactíferos, que ficam logo abaixo do aréola. Enquanto suga, seu bebê pressiona o leite que está dentro desses seios lactíferos e faz com que jorrem direto em sua boca….
A criança não consegue quantidade suficiente de leite somente pela sucção, precisa do reflexo de “descida” para ajudar. Se o reflexo não funcionar a criança não conseguirá leite suficiente.


Ajudando ou Inibindo o Reflexo da Ocitocina
O reflexo da ocitocina é mais complicado do que o reflexo da prolactina. Os sentimentos, os pensamentos e as sensações da mãe podem afetar esse processo. Freqüentemente seus sentimentos ajudam, mas algumas vezes podem inibir o reflexo.
A glândula de uma nutriz pode produzir ocitocina se pensar no filho com carinho, ao trocar olhares com ele ou se escutar seu choro. A seguir, ela sente a contração na mama e o leite pode “descer”. Suas mamas estão prontas para amamentar…
Por outro lado, esses sentimentos podem inibir o reflexo da “descida” do leite:
se a mãe está preocupada ou com medo por alguma razão;
se ela tem dor – especialmente se a amamentação for dolorosa;
se ela estiver envergonhada.


Portanto, se a nutriz tem sentimentos positivos e confiança em sua capacidade de amamentar, o leite “desce” tranquilamente. Mas, se tem dúvidas, suas preocupações podem inibir a “descida” do leite.
Nos primeiros dias de amamentação, você pode sentir algumas contrações em seu abdômen enquanto o bebê suga. Esse pequeno desconforto sinaliza a liberação do ocitocina, que ajuda a contrair o útero, fazendo com que ele retorne ao tamanho normal mais rapidamente (e a diminuindo o risco de hemorragia no pós-parto, uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil). Este mesmo hormônio foi responsável pelas contrações do seu útero no parto e faz parte das relações sexuais. Você vai sentir-se mais calma, satisfeita, e alegre enquanto nutre seu bebê. Por isso a ocitocina é, também, conhecida como o hormônio do amor!


À medida que o seu fluxo de leite aumenta, você pode sentir também algum formigamento, ardência ou comichão em seus seios. Seu leite pode gotejar ou mesmo espirrar quando estiver “descendo”. Será bom se você puder criar um ambiente calmo para amamentar - se você estiver relaxada durante a amamentação, seu leite fluirá mais livre e facilmente. De fato, muitas mulheres comparam a amamentação a aprender a andar de bicicleta: pode ser complicado no início, mas uma vez que você - e seu bebê - aprendem, transforma-se em um ato natural.
Fontes: “Making Breastmilk: How your body produces nature’s perfect baby food” de Willow Older e “Como Ajudar as Mães a Amamentar” de Felicity Savage King.
Publicado originalmente no site: Amamentação Online, que está temporariamente, fora do ar.

Republicado no Sindrome de Estocomo

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Banco de Leite Humano

O Banco de Leite Humano (BLH) é um centro especializado, obrigatoriamente vinculado a um hospital materno e/ou infantil. Ele é responsável pela promoção e apoio ao aleitamento materno e execução das atividades de coleta, processamento e controle de qualidade do leite humano (LH) para posterior distribuição aos bebês.

As doadoras de leite são captadas no município de Piracicaba e região. Elas devem ser mulheres sadias que apresentam produção de leite superior às necessidades de seu filho e que se disponham a doar o excedente por livre e espontânea vontade com o objetivo de ajudar o próximo sem fins lucrativos.

Há na região uma carência de um serviço específico para referência em apoio ao aleitamento materno. O BLH do HFCP atende as gestantes e nutrizes do município já que sabemos que o leite materno é o alimento mais completo que existe para o bebê, sendo essencial incentivar o aleitamento exclusivo, que protege os bebês da maioria das doenças e proporciona um desenvolvimento e crescimento saudável ao lactente, além de fortalecer os laços afetivos entre mãe e bebê. O aleitamento traz também vantagens para a mãe, como a prevenção da hemorragia pós-parto e diminuição do risco de câncer de mama e ovário.

O BLH fornece leite humano pasteurizado a bebês prematuros, recém-nascidos de baixo peso que não sugam, com enteroinfecções e casos excepcionais com indicação médica ou nutricional.

Atendemos de segunda à sexta-feira das 08h às 17h e aos sábados das 07h às 13h. Para ser doadora basta agendar um atendimento para realizar o cadastro e receber as orientações sobre a ordenha, armazenamento e transporte do leite. Ressaltamos que o leite pode ser trazido diretamente ao BLH ou retirado no domicílio da doadora com horário agendado.


Enfª Dayse Ruiz de Araujo Banco de Leite Humano
Gestão Materno Infantil
Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba
Fone: 19-3403.2820
bancodeleite@hfcp.com.br

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O que é o leite materno?

O QUE É O LEITE MATERNO???

O que sabemos do Leite Materno vem daquilo que observamos do leite de vaca, um líquido branco e brilhante.O leite de canguru é rosado. Mas o que interessa é que o leite é espécie–específico, porque sua composição é feita para determinadas necessidades de crescimento e maturação do bebê de cada espécie. Por exemplo, o leite de vaca contém mais ácidos graxos voláteis que o leite humano, e bebês humanos não digerem esses ácidos muito bem; eles produzem muitos gases nos bebês. O leite de vaca também contém mais ferro mas este não é aproveitável pelo sistema digestivo humano. O bebê absorve melhor o ferro do leite materno, que também é digerido em cerca de vinte minutos, enquanto o leite de vaca pode levar cerca de duas horas para ser totalmente digerido (a fórmula). O leite materno também contém cerca de uma centena de aminoácidos, vitaminas, sais minerais, e açúcares, compondo uma receita especialmente feita para as necessidades do bebê humano.

A composição do leite também oferece a chave para o estilo e intensidade do comportamento materno espécie-específico. Em espécies cujas mães só amamentam ocasionalmente e deixam seus bebês sozinhos por longos períodos, o leite é rico em gordura e proteínas, de modo que o bebê possa ser compensado (pela proteína) e satisfeito (pela gordura) por longos períodos, sozinho. Quando o leite é pobre em gordura e proteína, como o leite humano, isso indica que a amamentação é destinada ou tende a ser mais constante. O leite humano contém cerca de 88% de água e 4,5% de gordura em média, dependendo do estilo de aleitamento; intervalos longos produzem leite com baixa concentração de gordura, enquanto a amamentação contínua produz alta concentração de gordura. Ao contrário, o leite da foca é constituído de 54% de gordura, o que é bastante. Ou seja, o bebê foca é aleitado a longos intervalos, e também precisa de altas concentrações de gordura para adquirir as grossas camadas de gordura corporal para viver em ambiente aquático.

Fluido protetor natural
Os bebês nascem com certa quantidade de anticorpos circulantes, que adquirem de suas mães através da placenta. Mas essa imunidade é frágil e eles precisam ser expostos ao mundo externo e experimentar reações imunitárias para construir seu alicerce imunitário para combater os germes. O colostro e depois o leite materno são verdadeiras usinas de protetores contra os vírus e bactérias e são uma forma transicional espetacular entre a ? pré-natal e a infância tardia, quando o sistema imunológico já se desenvolveu totalmente (pela idade de cinco anos). Essas descobertas são relativamente recentes, o que explica, em parte, a idéia de que a fórmula se compara ao leite materno.

O fator mais importante nessa barreira imunológica transferida é a lactoferrina, uma proteína que protege contra a escherichia coli e o estafilococo, as causas mais incapacitantes da diarréia e da mortalidade infantil. O leite materno também oferece propriedades antivirais que se incorporam fisicamente aos germes da cólera e a giárdia, o que explica porque os bebês amamentados, vivendo em ambientes sem higiene, são capazes de sobreviver. São importantes também no colostro e no leite materno as cinco categorias de anticorpos chamados imunoglobulinas, que protegem contra infecções e são a principal barreira imunitária dos bebês. Esse sistema é especialmente importante porque atua dentro das mucosas que revestem o nariz, os pulmões e brônquios, os intestinos – as áreas mais vulneráveis dos bebês aos agentes patógenos. IgA é uma delas.

A IgA secretora (S-IgA) é encontrada no sistema respiratório e trato intestinal de adultos. Quando a mãe ingere ou inala agentes que causam doenças (patógenos) as moléculas de S-IgA se ligam a esses agentes ou antígenos, e se tornam específicas para esses agentes. A S-IgA da mãe é transferida do sangue para o leite.Pelo 4º mês de vida, os bebês amamentados recebem cerca de 0,5 g de anticorpos diariamente, que se alojam nos pulmões e intestinos. Como as maiores causas de morte em bebês são a diarréia e a pneumonia, a imunidade conferida pelo LM reduz incrivelmente a mortalidade infantil. Há evidências de que o sistema imunológico dos bebês amamentados amadurece e se fortalece mais rápida e mais intensamente, já que não sofrem os efeitos devastadores sobre a resistência, causados pelos agentes patógenos do meio.

Referência: Our babies, Ourselves / by Meredith Small, Anchor Books, NY, 1999.


Outras observações sobre leite materno do livro "Besame Mucho", de Carlos Gonzalez.

Outra diferença fundamental estabelece-se entre os mamíferos que escondem as suas crias em tocas ou luras, como os coelhos, e aqueles que levam as crias para toda a parte ao colo, como os prima tas, ou a andar, como as ovelhas.A mãe coelho passa a maior parte do tempo possível a uns metros de distância da sua lura para não atrair os lobos com o seu odor (o odor das crias é muito mais fraco do que o da mãe). Vê o que lhe dizia? Voltei novamente a utilizar a linguagem poética, como se a coelha fizesse as coisas de propósito. Ela não sabe nadasobre o odor nem sobre os lobos. Fá-Io porque os seus genes a obrigam a fazê-Io e, ao longo de milhões de anos, as coelhas que possuem o gene «manter-se afastada da lura» conseguiram ter mais filhos vivos do que as que possuem o gene «ficar dentro da lura». O triunfo desse gene é a prova de que era útil no ambienteevolutivo da espécie, isto é, quando havia lobos. Agora que em muitos países não existem lobos nem mesmo outros predadores, esse comportamento da coelha pode ser inútil, contudo, a coelha não o sabe e continua a agir do mesmo modo.
A mãe coelha deixa as suas crias escondidas na lura e amamenta-as apenas uma ou duas vezes por dias.
Para passar tantas horas sem comer, os coelhos bebés necessitam de um leite muito concentrado: 13 por cento de proteínas e 9 por cento de gordura. A cria da cabra acompanha a mãe para toda a parte e mama de forma quase contínua, pelo que o seu leite contém apenas 2,9 por cento de proteínas e cerca de 4,5 por cento de gordura.

O leite materno contém cerca de 0,9 por cento de proteínas e 4,2 por cento de gordura. Quanto tempo pensa que um bebé consegue aguentar sem mamar?

Como numa coreografia delicada, as crias vão evoluindo em consonância com as mães e com a composição do leite: os coelhos que tentarem sair da lura para seguir a mãe morrem jovens, da mesma maneira que os cordeiros que esperam pela mãe em vez de a seguirem. Quando estão sozinhos na lura, os coelhos ficam absolutamente imóveis e calados, pois, se chorassem e chamassem amãe, poderiam atrair os lobos. Pelo contrário, as pequenas cabras que perdem de vista a mãe durante um momento começam a chamá-Ia desesperadas.
De maneira que o comportamento da mãe e das crias é diferente e característico de cada espécie, estando adaptado à sua forma de vida e às suas necessidades.

Seria ridículo tentar explicar a uma coelha que deve ser «uma boa mãe» e passar mais tempo com os filhos, do mesmo modo que seria absurdo dizer a uma cabra que não deveria andar sempre com a sua cria «agarrada às suas saias», porque a cria necessita de «tornar-se independente » e a mãe «também necessita de momentos de intimidade para viver em casal».

Os primatas em geral necessitam de um contacto contínuo com a mãe.
John Bowlby, um pedopsiquiatra inglês, descreve pormenorizadamente em Attachments o comportamento de apego em diferentes primatas apartir da observação de numerosos cientistas. Explica, por exemplo, as aventuras de outro investigador, Bolwig, que decidiu criar em sua casa uma cria de macaco órfã, tomando o papel de mãe substituta para estudar as suas reacções. Curiosamente, recebia, como as mães humanas, conselhos de toda a gente sobre a melhor maneira de criar o pequeno macaco.

Bolwig descreve a intensidade do apego manifestado pela cria cada vez que convenciam o seu tratador (a despeito da maneira como pensava) da necessidade de a castigar, fechando as portas da casa, por exemplo, ou encerrando-a numa jaula. «Sempre que tentei fazê-10..., produzia-se um atraso no desenvolvimento do macaco. Aumentava o apego que sentia em relação a mim e ficava mais travesso e mais difícil de levar.»

O castigo e a separação dão tão mau resultado num macaco como numa criança. Vejamos o que aconteceu um dia em que Bolwig fechou o macaco numa jaula:Agarrou-se a mim e não permitiu que me afastasse do seu campo de visão durante o resto do dia. Durante a noite, enquanto dormia, de tempos a tempos acordava, emitia breves lamentos e agarrava-se a mim, e, quando me tentava soltar, experimentava um profundo terror (Bolwig, citado por Bowlby).Se os cientistas encontrassem um animal novo, até agora desconhecido, e quisessem observar rapidamente (sem necessidade de o estar a observar durante semanas) qual é a sua maneira habitual de cuidar das crias, poderiam levar a cabo uma experiência muito simples: levar a mãe e deixar as crias sozinhas. Se ficaremquietas e caladas, é porque é normal nessa espécie que as crias fiquem sozinhas. Se começarem a gritar como se as estivéssemos a matar, é porque o normal nessa espécie é que as crias não se separem da mãe nem sequer por um momento.

E o seu filho? Como reage ele quando a leitora se ausenta? O que lhe parece ser o normal na nossa espécie?
Através do comportamento dos comportamento dos nossos filhos, da observação dos nossos parentes (animais) mais próximos, da composição do nosso leite, podemos concluir que o ser humano pertence plenamente ao grupo de animais que mamam de forma contínua.