segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Modelos culturais na amamentação

A falta de modelos culturais na amamentação

A amamentação nos primatas superiores não é puramente instintiva. É preciso uma aprendizagem por observação, aprendizagem que na natureza se dá de forma espontânea. Mas muitas mães dão à luz sem nunca haver visto outra mulher dar de mamar. Algumas nem sequer tiveram outro bebê nos braços. Muitas adolescentes não passaram pela experiência de ver uma mãe cuidando do seu filho apesar de terem feito um bico de babysitter, cuidando o bebê (e dando mamadeira) quando a mãe está ausente.

Por outro lado, é relativamente fácil ver bebês tomando mamadeira. Nos parques, nos filmes, nas fotos de revista. Isso contribue para que, em muitos países europeus, as imigrantes dêem menos peito que as autóctonas. As turcas que moram na Suécia, por exemplo, não só dão menos peito que as que ficaram na Turquia, também dão menos peito que as suecas. A Suécia é um dos países da Europa onde mais se dá o peito, mas as imigrantes não ficaram sabendo. Não entendem os livros, não têm amigas com quem falar, só podem ver as fotos das revistas e chegam à conclusão de que "a mamadeira deve ser melhor, porque aqui é o que tomam todos os bebês".

Como dar mamadeira sim, já viram muitas vezes, em fotos ou ao natural, muitas mães tentam dar o peito segurando o bebê como se fossem dar uma mamadeira, com a cabeça no cotovelo e olhando pra cima. Dessa maneira, o bebê tem que virar e dobrar o pescoço e quase não chega ao peito.

Também a arte pode oferecer modelos inadequados. Em muitos quadros o menino Jesus mama sentado e com o pescoço torcido. Mas, preste atenção ao menino, costuma ter vários meses e ás vezes um ou dois anos. Os recém nascidos, verdade seja dita, não são muito fotogênicos; o quadro fica melhor com um bebê maiorzinho. E em alguns quadros o menino nem sequer está mamando, está olhando o pintor (tão interessante, claro) enquanto dá uma bela puxada no peito da mãe.
Trecho do livro Un Regalo Para Toda La Vida do pediatra Carlos González.

Também é objetivo do nosso grupo divulgar e promover uma cultura de amamentação.
Mesmo que não existam dúvidas nem dificuldades, venha partcipar das nossas reuniões! Sua participação é importante para juntas tentarmos recriar uma cultura mais amiga da mãe que amamenta...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Livre demanda


Livre demanda é deixar o bebê mamar quando e quanto ele quiser, seja por fome, necessidade de sucção ou simplesmente saudade. Ele que determina quando quer mamar e quanto tempo quer mamar. Livre demanda é deixar o bebê no seio até ele ficar satisfeito e soltar o seio espontaneamente.

Livre demanda é dar o peito sempre que o bebê tiver fome, o que não significa que todas as vezes que ele chora, ele está com fome. Pode estar precisando apenas de colo, de contato físico e o peito pode ser oferecido como conforto para essas situações também. Livre demanda é amamentar sempre que o bebê e/ou a mãe tiverem vontade.

Na livre demanda não existe regra, cada bebê faz o seu ritmo. O bebê acaba criando uma rotina espontaneamente, mas vai ter dias em que ele vai mamar com muito mais freqüência e dias em que vai mamar menos. Se o dia estiver quente ele pode querer mamar mais, se estiver cheio de novidades pode querer menos.

Nos primeiros três meses a livre demanda tem especial importância, pois a produção de leite está se estabelecendo perante as necessidades do bebê e colocar horários neste período pode ser perigoso para o estabelecimento da produção futura.

Além de que, nos três primeiros meses tudo é novidade para mãe e filho. Esta é uma fase de adaptação mútua, em que o bebê precisa se adaptar à vida fora do útero, pois seu organismo ainda é imaturo, pode ter cólicas, pode precisar de aconchego, de colo, sentir que está seguro aqui como estava lá dentro. Assim, a amamentação em livre demanda é uma continuidade da gestação, onde o bebê era nutrido continuamente.

Cada bebê tem uma necessidade diferente, ele pode precisar no começo mamar a cada hora ou mesmo ficar mais de 40 minutos mamando, assim como de uma hora para outra ele pode passar a querer mamar apenas poucos minutos e menos vezes ao dia.

Durante o aleitamento exclusivo, nos primeiros seis meses de vida, a livre demanda garante que o bebê seja nutrido e hidratado adequadamente. Nos dias quentes ele pode ter mais sede e mamar mais, bem como quando estiver em um pico de crescimento e pode precisar mamar mais.
A livre demanda é uma forma de garantir que ele estará recebendo tudo o que precisa.

A amamentação em livre demanda também é importante porque o leite materno muda no decorrer da mamada e até mesmo com o intervalo entre as mamadas. Na livre demanda o bebê controla o quanto quer ficar no seio e os intervalos entre as mamadas, assim ele controla o quando está ingerindo, pois ele bem sabe o quanto precisa.

A amamentação em livre demanda pode ser mantida mesmo quando a mãe volta a trabalhar., Quando a mãe estiver ausente, seu leite pode ser oferecido com horários, mas nos momentos em que estiver com o bebê pode continuar amamentando em livre demanda.

Mesmo com a introdução de alimentos a livre demanda pode ser mantida, já que o principal alimento para o bebê até um ano continua sendo o leite materno, sendo os alimentos apenas um complemento a este. Assim, o bebê sabe o quanto precisa ingerir e aos poucos vai se adaptando aos alimentos, e vai passar a comer mais e mamar menos.

Na amamentação em livre demanda, a mãe não se torna uma escrava do bebê, ela apenas respeita o seu tempo para criação de um ritmo.

A amamentação em livre demanda pode ser mantida até o desmame, já que em uma relação saudável entre mãe e filho, a criança vai adquirindo segurança e desmamando naturalmente, no seu tempo, que pode variar muito de uma criança para outra.

É o "fechamento" natural do ciclo da gravidez e do parto, segundo G.D de Carvalho, 2001.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

SAIBA COMO USAR O COPINHO NO ALEITAMENTO

Saiba como usar o copinho na alimentação de bebês em Aleitamento Materno:

O leite materno é o melhor alimento para o bebê, é completo, contém tudo que ele precisa para crescer com saúde e se defender de várias doenças como as diarréias, as infecções respiratórias como gripes e pneumonias, diminui o custo da família, já que é de graça e não requer material para ser preparado, sendo também muito prático para ser utilizado.

O aleitamento ao seio é importante para fortalecer o vínculo entre a mãe e o seu filho, despertando o sentimento de amor entre os dois. Com a amamentação o bebê se desenvolve intelectualmente e emocionalmente através do prazer e da convivência com a mãe. Algumas situações podem aparecer dificultando este contato, a mãe que precisa se ausentar e não pode levar seu filho junto, por exemplo, quando tem que ser internada por problema de saúde, quando vai trabalhar fora ou estudar, enfim, situações que provocam um afastamento do bebê.

O uso de mamadeiras e chucas confundem o bebê porque a forma de sugar ao seio é completamente diferente da forma como se suga os bicos artificiais correndo-se grande risco de desmame, ou seja, do bebê recusar o seio, porém, muitas vezes podemos oferecer este alimento precioso através de utensílios que manterão o aleitamento materno.

Para situações em que a mãe vai se afastar podemos utilizar copinhos, tais como xícara de cafezinho, os de aguardente, enfim, qualquer copinho ou xícara que não tenham nenhuma saliência em seu rebordo e que possam ser lavados e fervidos.

* Para realizar tal tarefa recomendamos os seguintes passos:

1- Despertar o bebê, massagear os pés e a face. Não deixar que o bebê esteja agitado de fome ou outro desconforto, pois dificulta a manobra;

2- Acomodar o bebê na posição sentada ou semi-sentada em seu colo, sendo que a cabeça forme um ângulo de 90º com o pescoço;

3- Encostar a borda do copo no lábio inferior do bebê e deixar o leite materno tocar o lábio;

4- O bebê fará movimentos de lambida do leite seguidos de deglutição;

5- Não despejar o leite na boca do bebê. O uso do copinho é um excelente método de alimentar o bebê com o leite materno, quando a mãe não pode oferecer o seu leite no próprio seio. Favorece o contato do bebê com o seu cuidador.

Quando mãe e filho estiverem novamente juntos ele manterá o aleitamento ao seio.

O recomendado pela OMS/UNICEF, Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria é que o aleitamento seja exclusivo até o sexto mês e complementado até dois anos ou mais. Portanto o ideal é que seu bebê receba seu leite (leite materno) ordenhado e oferecido no copinho. Apesar da técnica estar descrita acima, sugiro que procure por um profissional do aleitamento materno (AM) para treinamento. Geralmente estes profissionais treinados em AM (pediatra, enfermeira, psicóloga, etc) são encontrados em bancos de leite humano.

Dr Luciano B. Santiago - presidente do comitê de AM da SMP.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Reunião mensal de novembro

Nosso encontro mensal de novembro será realizado no próximo sábado, dia 29/11, às 10:00, no parquinho do Parque da Rua do Porto

Os bebês também são nosso convidados!

As reuniões são para falarmos dos problemas e das alegrias de amamentar. Aproveitem para encontrar outras mães com bebês pequenos e ouvir suas experiências.

Aberto a gestantes, mães, pais, enfim, todos que estão dispostos a conversar sobre a arte de amamentar.

Maiores informações, entre em contato através do e-mail: grupomama@terra.com.br ou dos telefones 9608-7275 - Juliana ou 9663-9858 - Raquel

Participem com a gente!!

Mudança do local das reuniões semanais

Devido a algumas mudanças na estrutura de atendimento do Hospital dos Fornecedores de Cana, informamos que mudamos o local de nossas reuniões semanais, elas passarão a ser realizadas a partir dessa semana, em novo endereço.

Elas continuam às quintas-feiras das 15h30 às 17h30.
Agora no CMI - Centro Médico Integrado
Av. Barão de Valença, 1044 Vila Resende
Há duas quadras do hospital.

Este local pertence ao Hospital dos Forncedores de Cana e firma ainda mais a nossa parceria com o Banco de Leite Humano, que dá todo o respaldo profissional para nossas indagações.

Lembrem-se que os bebês também são nosso convidados!
As reuniões são para falarmos dos problemas e das alegrias de amamentar, em todas as fases. Aproveitem para encontrar outras mães com bebês pequenos e ouvir suas experiências.

Aberto a gestantes, mães, pais, enfim, todos que estão dispostos a conversar sobre a arte de amamentar, podendo não só serem ajudadas por outras mães, mas contribuir muito com sua experiência.

Também é objetivo do nosso grupo divulgar e promover uma cultura de amamentação.Mesmo que não existam dúvidas nem dificuldades, venha partcipar das nossas reuniões! Sua participação é importante para juntas tentarmos recriar uma cultura mais amiga da mãe que amamenta.

Maiores informações, entre em contato através do e-mail grupomama@terra.com.br ou dos telefones 9608-7275 - Juliana ou 9663-9858 - Raquel

Participem com a gente e nos ajudem a divulgar as reuniões!!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Relato de amamentação e volta ao trabalho

Relato de volta ao trabalho de Gisele, mãe de Enzo

Amamentar é muito bom mesmo! A data da volta ao trabalho estava por chegar e ansiedade do que fazer para continuar amamentando era uma preocupação constante, ainda mais que a minha história de amamentação fora uma tragédia em três atos: problemas de “pega”, monilíase, complemento por 20 dias, seios muito machucados. Aconteceu de tudo mesmo e cada obstáculo foi superado com muita informação, muita gente me apoiando, me dizendo o quanto era importante o meu leite, e dia após dia, a promessa de dar a mamadeira na próxima mamada ia caindo por terra, e um problema após o outro ia se transformando em satisfação em amamentar exclusivamente o meu bebê até os 6 meses, como eu sempre sonhava. O complemento foi abandonado quando o Enzo tinha um mês. Eu prometi a mim mesa: morro de dor, mas amamento o meu filho exclusivamente. E joguei a lata de NAN no lixo.

Aos três meses, comecei a experimentar a ordenha manual. Fui me informando aos poucos nos sites, como fazer, como armazenar o leite, como oferecer ao meu pequeno. Já tinha uma bomba manual, comprada infelizmente com o objetivo de retirar o meu leite e poupar o meu seio de uma das mamadas, pois as machucaduras eram muitas, a ponto de uma vez me fazer desmaiar de dor ao amamentar.

Comecei a tirar leite para guardar. Primeira ordenha uma tragédia: míseros 20ml. Desanimei... mas de 20 em 20ml ia guardando e sem perceber, depois de alguns dias, os 20ml já era 60ml, que passaram para 80ml, 150ml e ia aumentando conforme a demanda da “bomba”.

Com 4 meses definitivamente todos os problemas estavam resolvidos. A pega havia melhorado com uma seção de fono, aliada a exercícios antes das mamadas. A monilíase com remédio melhorara, e os banhos de sol arrematavam as cicatrizes do meu seio, ajudando a reconstruir a pele manchada e dilacerada pelo fungo. Era só alegria. Me sentia feliz, realizada, completa...

Quando comecei a sentir o prazer de amamentar, me animei a turbinar o meu estoque. Quando o Enzo completaria 5 meses e 15 dias, eu teria que retornar ao trabalho e o meu objetivo era oferecer ao meu filho o melhor: o meu leite exclusivamente até os 6 meses. Afinal, tanto sacrifício para conseguir amamentar não poderia parar por ali.

Aluguei então uma bomba elétrica dupla. Nas mamadas, oferecia um dos seios somente ao Enzo, e após a mamada, bombeava os dois seios, e o leite armazenado. Na amada seguinte, oferecia a ele o seio que fora bombeado, e bombeava novamente os dois e assim por diante. Quando completei 5 meses e 15 dias, próximo de voltar ao trabalho, resolvi procurar outro emprego e consegui e para a minha alegria, poderia ficar trabalhando de casa mais 15 dias e com isso amamentar mais 15 dias. O universo estava conspirando.

Eu já tinha um estoque imenso de leite. Voltei a trabalhar e meu filho continuou a tomar só o meu leite até os 6 meses.

Aluguei uma bomba elétrica, dotada de compartimento para transportar o leite. Comprei vários vidros, esterilizei todos e estava pronta para retornar, porém o meu primeiro projeto foi numa petroquímica. E eu pensei... meu Deus, numa petroquímica, não terei onde fazer a ordenha. Mas fomos em frente e eu tinha planos de encontrar uma tiazinha boazinha, que me deixasse ordenhar na casa dela, sei lá. Cheguei no cliente, e só me restava uma alternativa: o banheiro. Não era a opção mais higiênica, mas... era a única então agarrei. Eu fazia três ordenhas por dia: uma pela manhã, uma após o almoço e uma no fim da tarde. Isso totalizava, um volume de 600ml mais ou menos. Deixava o leite na geladeira e ao fim do dia transportava para casa.

Metade deste leite ele tomava pela manhã no dia seguinte, metade do leite ele levava congelado para a escolinha. Além do leite ordenhado, tinha a mamada da madrugada, da manhã e antes de dormir.

Eu tinha um estoque enorme de leite e um belo dia ao chegar em casa, descobri que a porta do freezer ficara aberta e todo o meu estoque descongelou. Chorei muito, quebrei todos os vidros e na hora me desesperei: tanto sacrifício para nada. Mesmo assim não desanimei, pelo contrário, sabia que a partir daquele momento não poderia mais ter preguiça: a produção era just in time. Tirava num dia, para oferecer no outro. Fiquei triste, fiquei. Mas não desanimei e por conta disso, meu filho nunca ficou um só dia sem o leite dele.

Minha história de amamentação teve de tudo: alegrias, tristezas, desgostos, frustrações, lágrimas, mas sempre teve uma pitada de determinação que não me deixava desistir. Essa determinação me rendia muito leite, em meio as angústias de não conseguir amamentar. Minha mãe que sempre esteve comigo, foi junto com o meu marido que me dava muito apoio, fator determinante para o sucesso da minha turbulenta amamentação.

Parei com as ordenhas diárias quando ele tinha ele 1 ano e 2 meses. Tive o orgulho do meu filho só tomar o meu leite por mais de 1 ano. Hoje ele mama pela manhã e pela noite antes de dormir.
Meu bebê, com quase 1 ano e 6 meses, mama com uma carinha de satisfação que faz o meu coração transbordar de felicidade, pois transpus cada dificuldade com amor, determinação e muita informação.

Gisele do Enzo
1 ano e 9 mese....mamando

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Quando a mãe trabalha fora

Quando a mãe trabalha fora

Imagem retirada de www.breastfeeding-art.com (office)
Estou preocupada porque meu filho de três meses não aceita a mamadeira. Já tentamos toda sorte de bicos e diferentes fórmulas. O pediatra me disse para parar de amamentar, para que ele possa se acostumar à mamadeira, mas ele ficou os últimos três dias sem comer e continua não querendo. Eu voltei a amamentá-lo, mas agora não tenho mais leite suficiente e ele parece faminto após a mamada. O que posso fazer para ele aceitar a mamadeira? Irei retornar ao trabalho em breve e eu preciso desmamá-lo antes disso.

Essa mãe foi vítima de dois erros freqüentes envolvendo amamentação ao trabalho.

O primeiro erro foi fazê-la acreditar que ela precisava desmamar seu filho antes de retornar ao trabalho. Isso não é necessário. Na pior das hipóteses, ela poderia tentar uma alimentação mista: amamentar antes e depois do trabalho e oferecer leite artificial quando ausente. Todas as crianças (e todas as mães) vivenciam um período difícil quando elas precisam se separar por causa do trabalho, e a amamentação pode ser um maravilhoso caminho entre a separação e o reencontro. Muitas mães encontram soluções satisfatórias melhores que oferecer fórmula: muitas levam seus bebês para o trabalho, outras trabalho compartilhado, algumas conseguem que o bebê seja levado a elas para serem amamentados, outras ordenham e estocam seu leite. Melhor ainda, se seu bebê já tiver idade para introdução dos sólidos, deixe que seu bebê se alimente de comida na sua ausência (esta é uma exceção para a regra geral de amamentar o bebê antes de oferecer os primeiros sólidos).

Quando você sai para o trabalho (ou quando sai com o cachorro), o seu bebê não sabe onde você está e quanto tempo você vai demorar. Ele ficará muito assustado e chorará como se você fosse deixá-lo para sempre. Vai levar alguns anos até que seu bebê seja capaz de ficar longe de você sem chorar e antes que ele entenda que a “mamãe vai voltar logo”. Toda vez que você voltar, vai abraçá-lo, amamentá-lo e o bebê pensará: “outro alarme falso!”. Mas se você retornar ao trabalho e tentar desmamá-lo abruptamente e ao mesmo tempo, quando você volta do trabalho, o bebê pede para mamar e você recusa, o que o bebê irá pensar? “Ela me abandonou porque não gosta mais de mim.” Esse é o pior momento para o desmame.

O segundo erro foi acreditar que o bebê precisa de uma mamadeira (ou sólidos, o que é menos pior) quando você retorna ao trabalho, e você deve acostumá-lo com uma primeiro. Se você treiná-lo a acostumar-se com uma mamadeira, a única coisa que você vai conseguir é arrumar encrenca: ao invés de quatro meses de amamentação exclusiva, você terá três. Mas o que é mais relevante aqui, como a gente viu no exemplo acima, o bebê muitas vezes recusa a mamadeira. Ainda que a mãe ordenhe seu leite e tente dar na mamadeira, muitos bebês recusam.

E a razão é que os bebês não são bobos. Se a mãe não está em casa e a avó vem com uma mamadeira (ou melhor ainda, com um copinho para evitar confusão de bicos), duas coisas podem acontecer. Primeiro, se o bebê não estiver com fome, ele provavelmente não aceitará nada. Ele vai compensar isso quando a mãe retornar. Muitos bebês dormem a maior parte do tempo quando estão distantes das mães, e então vão mamar à noite. A outra possibilidade é, se o bebê estiver com fome (e especialmente se tiver leite materno na mamadeira), ele poderá tomá-la e pronto. E ele deve estar pensando: “Bem, ela não está aqui, então é isso que eu tenho que fazer.”

Mas se mãe está em casa e o bebê pode ver e sentir o peito, como ele vai aceitar um copinho ou mamadeira? Ele deve pensar: “Minha mãe deve estar louca, ela tem o peito aqui e quer me dar essa geringonça?” E ele insiste: “É o peito ou nada!”

Do livro My child won´t eat!, do Dr. Carlos González

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Pediatras - vilões do desmame precoce

Pediatras querem deixar de ser os vilões do desmame precoce
Por Fernanda Ravagnani
SÃO PAULO (Reuters)

Os médicos, e não as mães, são os maiores responsáveis pela interrupção precoce da amamentação exclusiva no Brasil. O diagnóstico é deles, e a vontade de mudar essa realidade explica a lotação do colóquio "Dúvidas do pediatra sobre amamentação", durante o Congresso Brasileiro de Pediatria, que se encerra neste sábado em São Paulo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês sejam alimentados somente com leite materno durante os 6 primeiros meses de vida, e que a amamentação seja mantida como complemento até os 2 anos de idade. Mas dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil a amamentação exclusiva dura em média apenas 23,4 dias. Em São Paulo, a média é de apenas 9,2 dias.

Segundo Hugo Issler, pediatra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, os médicos são os maiores responsáveis pela introdução de fórmulas (leite em pó) para complementar a amamentação. "Nunca encontrei, em 20 anos de trabalho, um caso em que precisasse complementar (o leite materno)", disse ele durante o evento.

A coisa parece simples, mas na verdade é tão complicada que, em meio a campanhas do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria na Semana da Amamentação, a sala cheia de profissionais bem-intencionados foi inundada por dúvidas que refletiam as das pacientes. Como fazer o bebê dormir à noite? E se o peito fica muito cheio? E o bebê que não chora? E se o bebê não ganha peso alimentado apenas ao seio materno? E se não aceita o leite ordenhado? Pode dar água? E chá?

A primeira das conclusões que resultaram desse caldo de dúvidas se resume numa frase: "É normal." Os pediatras ressaltaram que é preciso mostrar segurança e tranquilidade para garantir às mães que é normal que os bebês chorem e acordem à noite, que é normal que o seio pareça "murcho" às vezes, durante as crises transitórias de lactação, e que uma perda de peso ocasional do bebê não é motivo de desespero.

A recomendação é que, diante de um bebê que não ganha peso ao ser amamentado, o pediatra esgote todas as possibilidades: faça exames tanto na mãe como no bebê para investigar se há infecções, disfunções hormonais ou até síndromes genéticas e metabólicas.

Além disso, ações importantes como o contato do pediatra com a mãe antes do nascimento da criança para orientá-la sobre o assunto e o apoio de grupos de mães também evitam que a amamentação seja interrompida sem necessidade.

Os pediatras precisam mais que tudo ouvir a mãe para entender o que está atrapalhando a amamentação, antes de sair receitando leite em pó, explicou Keiko Miyasaki Teruya, co-diretora do Centro de Lactação de Santos. Fatores como o estresse ou até a depressão pós-parto são difíceis de detectar e podem atrapalhar a produção de leite.

Outras sugestões foram monitorar o peso do bebê com intervalos de pelo menos uma semana, para evitar distorções, e acompanhar a criança em consultas quinzenais, e não mensais, como é praxe, nos três primeiros meses de vida.

Teruya atribuiu os problemas também ao número insuficiente de horas dedicadas ao estudo da amamentação no currículo de formação dos pediatras brasileiros.

DIREITO, NÃO OBRIGAÇÃO
Mas o incentivo à amamentação exclusiva passa longe do patrulhamento e do "terrorismo". "Não adianta forçar a mãe que não quer amamentar a fazê-lo, porque a criança não ganha peso mesmo assim", disse Teruya.

"Não podemos fazer propaganda ameaçadora à mãe", recomendou Issler. De nada adianta aumentar a pressão sobre ela mostrando pesquisas que provam que bebês amamentados exclusivamente são mais inteligentes, por exemplo.

O consenso foi que a amamentação é um direito, e não uma obrigação. Mas os benefícios mais do que comprovados do leite materno valem todo o sacrifício para esclarecer e incentivar as mães a amamentar.

E, para não deixar ninguém curioso, as respostas às dúvidas acima mencionadas foram: para o bebê dormir à noite, pode-se tentar dormir junto com ele, pelo menos nos primeiros meses de vida.

Se o peito fica muito cheio, recomenda-se ordenhar o primeiro leite e congelar, oferecendo ao bebê o leite posterior, mais rico em gordura, e guardando o congelado para os períodos em que a produção naturalmente diminui -- como no fim do dia.

Se o bebê não chora, não precisa acordá-lo para mamar -- basta acompanhar se ele está crescendo bem. Se não estiver, aí sim é preciso "ser britânico" e despertá-lo a cada três horas.

Para dar o leite ordenhado, é preciso usar um copinho, uma colher ou uma seringa, nunca uma mamadeira. O pediatra deve saber ensinar a fazer isso. E não, não pode dar água nem chá.

http://noticias.uol.com.br/inter/reuters/2003/10/11/ult27u38739.jhtm#

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Porque não dar agua

Porque não dar água ao bebê que é amamamentado exclusivamente

Dar água para um bebê que tem menos de seis meses é desnecessário e pode até mesmo ser perigoso!

Crianças que são amamentadas, freqüentemente, recebem grande quantidade de água através do leite materno. Aproximadamente 90% do leite materno é formado por água!O risco de infecções nos bebês é muito aumentado se ele recebe água.

O risco de introduzir bactérias e outros patógenos é tremendamente aumantado com o uso da água (ou qualquer outra coisa além do leite materno) nesse período. A contaminação pode vir pela própria água ou dos utensílios usados para dar água ao bebê (chuquinhas, mamadeiras, copos etc.). Crianças que não são exclusivamente amamentadas tem maiores taxas de diarréia e outras doenças que crianças exclusivamente amamentadas. Apenas a água encontrada no leite materno é pura o suficiente para os bebês pequenos.

Se tomar água, o bebê será menos nutrido do que deveria. Leite materno contém agentes anti-bactérianos e anti-virais, que agem como uma primeira imunização do bebê. Se a água substitui o leite materno em alguns momentos, a criança não vai receber o máximo de proteção que iria se fosse apenas amamentado.

A produção do leite materno pode diminuir. O suprimento do leite materno depende principalmente da demanda do bebê. Se o bebê está recebendo água e sugando menos, a mãe vai produzir menos leite.

Dar água ameaça a proteção contraceptiva da amamentação. A criança que bebe água sente-se mais "cheia" e conseqüentemente vai sugar menos. A mamada freqüente é necessária para uma efetiva proteção contraceptiva, portanto a mãe não estará protegida de uma outra gravidez pelo mesmo tempo que estaria se ela não desse a água ao bebê.

Se uma criança tem diarréia leve, amamente mais frequentemente. Se tem uma diarréia moderada ou severa, amamente mais frequentemente, mas também dê reidratação oral.

Lembre-se: à criança normal não deve ser oferecido nada além do leite materno nos seis primeiros meses. Se a mãe pensa que seu bebê tem sede, ela deveria beber mais água e amamentar mais freqüentemente!

esse texto foi retirado do site www.aleitamento.org.com.br atualmente fora do ar
fonte: Wellstart International - USA (Expanded Promotion of Breastfeeding Program)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Reunião mensal de outubro

Nosso próximo encontro mensal, será realizado no sábado, dia 18/10, às 16:00, no parquinho do Parque da Rua do Porto

É isso mesmo, ao ar livre, sentadas em cangas no gramado, uma forma de divulgar o grupo para mais pessoas.

Lembramos também que as reuniões semanais voltaram a acontecer, todas as quintas-feiras, às 15:30, no Centro de Atendimento Integrado – CAI, Rua Adelina Tarcia, 141, Algodoal (telefone do local: 3412-2910)

Este local pertence ao Hospital dos Forncedores de Cana e firma ainda mais a nossa parceria com o Banco de Leite Humano, que dá todo o respaldo profissional para nossas indagações.

Lembrem-se que os bebês também são nosso convidados!

As reuniões são para falarmos dos problemas e das alegrias de amamentar, em todas as fases. Aproveitem para encontrar outras mães com bebês pequenos e ouvir suas experiências.

Aberto a gestantes, mães, pais, enfim, todos que estão dispostos a conversar sobre a arte de amamentar.

Também é objetivo do nosso grupo divulgar e promover uma cultura de amamentação.
Mesmo que não existam dúvidas nem dificuldades, venha partcipar das nossas reuniões! Sua participação é importante para juntas tentarmos recriar uma cultura mais amiga da mãe que amamenta.


Maiores informações, entre em contato através do e-mail grupomama@terra.com.br ou dos telefones 9608-7275 - Juliana ou 9663-9858 - Raquel

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Relato de amamentação

Relato de amamentação de Raquel, mãe de Elias

Quando engravidei pensei e planejei muito o parto, mas em momento nenhum pensei no depois, em como seria a amamentação. Para mim seria uma coisa simples, era só colocar no peito para mamar e pronto.
Não sei até onde esta minha falta de expectativas foi boa ou ruim. Em partes foi bom porque não fiquei com medo de ter problemas de algo dar errado, não tive frustrações porque não foi como eu queria, as coisas simplesmente foram acontecendo...
A única coisa que eu tinha era certeza que teria leite e que teria muito.
Na minha família todas tiveram bastante leite, lembro da minha tia doando leite, ela amamentou os cinco filhos, o mais novo até uns quatro anos. Minha mãe amamentou os quatro e lembro-me dela dizendo em vários momentos que tinha que tirar um pouco o excesso de leite para eu não engasgar, porque eu espaçava mais as mamadas que os outros três. Minha irmã, também amamentou a filha, vazava leite até quase um ano. Então a única ciosa que eu esperava era ter bastante leite!
Sei que ter muito leite não quer dizer nada, mas esta era a única expectativa que eu tinha.


O Elias nasceu, veio direto para o meu colo com o cordão ainda pulsando. Eu sem saber bem como tudo funcionava tentei colocá-lo para mamar direto sem deixá-lo descobrir primeiro, meu cheiro, minha pele, como se naquela hora ele tivesse que mamar, subestimei um pouco o contato que é tão essencial.

Acabou que ele não mamou naquela hora, teve apenas o contato, meu colo. Hoje me questiono que se não tivesse conduzido tanto aquele momento ele poderia ter sido mais especial e ele poderia ter descoberto meu seio, meu mamilo, ter mamado na primeira hora, coisas que considero tão importante e que é uma das coisas que pretendo superar com o próximo filho, sentir que fiz melhor.

Não sei bem que horas que ele mamou mesmo, porque eu dormi, não sei se foram 2 horas depois ou se foram 4, mas ele mamou. Fiz as coisas com a simplicidade que esperava que fossem, coloquei-o no peito e dei de mama, não sabia nem percebi que ele pegava errado, fazia muito barulho para mamar, a enfermeira depois veio me explicar que não podia fazer barulho, me mostrou como deveria ser a pega, como ele tinha que abocanhar, não tive muita dificuldade para corrigir a pega, mas este primeiro dia de pega errada me rendeu uma pequena fissura, nada grave, mas doeu por vários dias.

Segundo dia meu seio começa a ficar inchado, outra coisa me faltava conhecer melhor, apojadura. O pouco que sabia era da minha irmã comentar de quando o leite dela desceu.

Já me casa meu seio muito duro, mal dava para o Elias abocanhar. Antes de dar mama eu fazia uma pequena massagem ao redor do mamilo e tirava um pouco de excesso para ele conseguir pegar o seio, esta pelo menos foi uma das poucas informações sobre amamentação que levei da minha gestação.

Nas primeiras noites ele mamava de hora em hora, eu não sabia que existia gente que ensinava bebê a mamar com horários então pensava que estes horários iam surgir naturalmente. Demorou um pouco para ele ter um horário mais padronizado, mas não demorou muito para ele não acordar mais de hora em hora à noite...

Assim foram passando os dias, no começo ele ficava bravo com o excesso de leite, mas logo ele aprendeu a mamar ‘cuspindo’ o excesso, tinha que deixar uma fralda de pano sob a boca dele para pegar este excesso que escorria. Além de outra fraldinha no outro seio que vazava enquanto ele mamava.

Ele não tinha padrão nenhum durante o dia às vezes fazia intervalos de 30 min. outras raras vezes fazia de quase 2 horas, eu com receio de que não mamasse o leite gordo do final da mamada resolvi que se mamasse muito perto daria o mesmo seio, trocava de seio a cada 2 horas, a cada intervalo de 2 horas um seio não importa quantas mamadas ele fizesse, em menos de 2 horas seria no mesmo seio e mesmo assim ele não chegava a esvaziar o seio.

Com um pouco menos de um mês ele fez pela primeira vez um intervalo de 5 horas direto dormindo, este primeiro intervalo foi aumentado aos poucos, com três meses ele fazia entre 8 e 10 horas seguidas, mas isto tinha um inconveniente, meus seios ficavam muito cheios e eu chegava a acordar com dor nos seios. Resolvi começar a tirar leite antes de dormir para não acordar com dor durante a noite, esvaziava os seios à noite antes do banho, não tinha ainda banco de leite na cidade, este leite era usado então para as mais diversas coisas, desde alimentar as cachorras até ser passado como hidratante de pele durante o banho. Às vezes eu media por curiosidade, tirava em um copo, outras vezes tirava dentro do Box deixando escorrer pelo corpo, eram uns 100/200 ml jogados fora diariamente. Aos poucos fui tirando menos e a produção se ajustando até que não precisei mais tirar o excesso antes de dormir para dormir confortável.

Com dois meses ele começou a chupar dedo, para mim no começo isto foi motivo de grande preocupação, mas fui atrás de pessoas que o filho tivesse chupado dedo e o que encontrei é que crianças amamentadas por pelo menos dois anos costumavam parar de chupar o dedo sozinhas antes disso, as que mantinham geralmente tinham sido desmamadas antes dos dois anos. Como eu pretendia amamentar por dois anos, como a OMS recomenda, fiquei mais tranqüila. Às vezes ele largava o peito para chupar o dedo. Sempre que via ele chupando o dedo tentava tirar e dar o peito, tinha vez que isto o deixava muito bravo, tinha vez que funcionava.

Desde que nasceu ele nunca dormiu no quarto dele, no começo deixava num moisés ao lado da cama, depois a primeira dormida era no berço, depois vinha para o meu lado. Apesar dele dormir boas horas de sono seguidas, o resto de noite que faltava ele acordava com intervalo máximo de 1 hora e meia, acordando umas três vezes até acordar de vez. Então ele dormir este finalzinho ao meu lado me ajudava muito a descansar e ajudava na amamentação noturna. Quando começou a esfriar o tempo e eu tomei mais coragem assumimos de vez a cama compartilhada e ele passou a dormir a noite todo ao meu lado, o que facilitou ainda mais as acordadas.

Os seis meses se aproximavam e eu comecei a questionar porque eram seis meses para introdução dos alimentos e não cinco ou sete? As únicas respostas que encontrei foram que antes dos seis meses não poderia dar nada, mas que poderia adiar um pouco a introdução. Sem o peso dos seis meses nas costas fui levando mais um pouco. Meus irmãos vieram visitar, fomos viajar e assim se passou mais um mês. Com sete meses já planejando introduzir os alimentos o Elias pegou uma virose, não só ele como meu marido, eu meu irmão, meu pai e mais metade das pessoas que encontramos no aniversario do meu irmão. Muitos vômitos, diarréia, muito leite materno e algum remédio, dado na colher. Ele chegou a quase desidratar, não aceitou soro, mas o leite materno foi suficiente para não deixá-lo piorar mais. Com esta virose ele começou a acordar mais a noite e seguiu acordando por muito tempo...

Depois que ele melhorou resolvemos começar com os alimentos. Ele tinha criado certa repulsa pelas colheres já que eu tinha dado algum remédio nelas e ele só as tinha conhecido para isto.
Já havia lido que quando a criança está pronta para os alimentos ela tem já certa capacidade de se alimentar sozinha, então foi assim que começamos: Elias, comida e muita sujeira!! Depois comecei com a colher e bem aos poucos com todos os alimentos.

Só depois de um ano que fui levar a alimentação mais a serio, evitar que ele mamasse antes de uma refeição, tentar dar sempre nos mesmos horários, ele foi comendo cada vez mais e reduzindo aos poucos as mamadas.

Com um ano e pouco ele fez uma greve de amamentação. O que é uma greve? É quando a criança para subitamente de mamar e isto dura apenas alguns dias, ele ficou quatro dias praticamente sem mamar, nos primeiros dois ele até pedia o peito, mas não mamava, pagava e largava, nos outros dois nem isto, nem mesmo a noite, nem dormindo.

Foi difícil para mim, eu não sabia o que era esta tal de greve e tive muito medo do desmame, para mim, amamentar menos do que a OMS recomenda seria em parte um fracasso, além de que não acho que nem eu nem ele estávamos prontos, ele ficava com o dedo na boca olhando para mim, como se quisesse mamar, mas algo o impedisse. Depois destes quatro dias ele mamou dormindo e aos poucos foi voltando a mamar, depois para compensar ele mamou muito mais do que de costume por umas duas semanas. Lógico que com esta grave a produção diminuiu e em partes ele mamar mais foi uma forma de estimular a produção a voltar ao normal.

A partir da greve ele foi aos poucos diminuindo a sucção digital, até que com um ano e oito meses ficou uma semana sem chupar o dedo, depois mais umas e foi indo assim por mais um mês até que ele largou de vez, com um ano e dez meses ele já não chupava mais dedo e pouco depois já parecia que nem sabia o que era aquilo, confirmando minha teoria de que se eu mantivesse a amamentação ele largaria o dedo antes dos dois anos.

Desde que ele passou a acordar a noite eu adiei tomar alguma atitude. Pensei em esperar um ano, depois um ano e meio, depois dois anos, mas geralmente pensava em fases que ele acordava mais e quando passavam eu resolvia levar mais e não fazer um desmame noturno. Eu nunca gostei da idéia de negar o mama, mesmo à noite e sempre acreditei que a amamentação noturna tinha certa função, afinal o pico de prolactina, hormônio responsável pela produção, ocorre na madrugada e nunca achei que isto fosse por acaso.

Quando decidimos pelo segundo filho comecei a pensar mais no desmame noturno, já sabia que poderia amamentar durante a gestação se ela não fosse de risco, já tinha decidido fazê-lo, mas amamentar dois a noite não estava nos meus planos. Conversando com uma amiga ela disse que os filhos passaram a dormir a noite toda durante suas gestações, resolvi então esperar engravidar, afinal teria mais nove meses para resolver isto.

Engravidei, os seios ficaram mais sensíveis, mas a amamentação continuou sem maiores problemas, às vezes tinha que arrumá-lo no peito ou tomar mais cuidado quando ele pegava ou soltava o seio se fosse de qualquer jeito poderia doer.

Com três meses de gestação e o Elias tendo dois anos e meio, resolvi desmamar a noite, de uma forma bem lenta e calma. Simplesmente parei de oferecer, se ele resmungava tentava confortá-lo de outra forma, se não tivesse jeito dava mama. Só com isto em poucas semanas ele já dormia bem melhor.

Conforme a gestação foi caminhando o leite foi diminuindo, cada vez menos leite, eu já não consigo mais tirar uma gota, mas ele ainda mama normalmente, bem menos vezes. A gestação segue tranqüila, uma coisa não está interferindo na outra, não dói para dar de mama, o peito fica mais sensível o que faz com que eu tenha que tomar mais cuidado principalmente quando ele quer mexer a cabeça mamando ou na hora em que vou tirar o peito.

Aos poucos ele foi reduzindo as mamadas, mesmo antes de eu engravidar ele já não mamava mais tantas vezes. Aos dois anos ele mamava em media umas cinco vezes, agora quase no final da gestação ele tem mamado apenas umas três vezes, acredito que quando o bebê nascer ele vá querer mamar mais vezes, mas vejo que ele está em processo de desmame, não sei bem quanto tempo isto vai levar, se vai ser alguns meses ou mais de um ano, mas percebo que ele está desmamando no ritmo dele e que uma hora ele vai parar. Eu pretendo levar até onde ele for e vamos ver como será amamentar dois filhos...

Raquel, mãe de Elias 2 anos e 9 meses mamando

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Voltamos com nossas reuniões semanais

É com muita alegria que informamos que temos um novo local para realizar as nossas reuniões semanais!

Assim, gostaríamos de convidá-las para o próximo encontro, que será realizado AMANHÃ, dia 02/10, às 15:30, no Centro de Atendimento Integrado – CAI, Rua Delina Tarcia, 141, Algodoal (telefone do local: 3412-2910).
Seguiremos fazendo os encontros às quintas-feiras, neste mesmo local e horário.

Este local pertence ao Hospital dos Forncedores de Cana e firma ainda mais a nossa parceria com o Banco de Leite Humano, que dá todo o respaldo profissional para nossas indagações.

Lembrem-se que os bebês também são nosso convidados!

As reuniões são para falarmos dos problemas e das alegrias de amamentar, em todas as fases. Aproveitem para encontrar outras mães com bebês pequenos e ouvir suas experiências.

Aberto a gestantes, mães, pais, enfim, todos que estão dispostos a conversar sobre a arte de amamentar, podendo não só serem ajudadas por outras mães, mas contribuir muito com sua experiência.

Também é objetivo do nosso grupo divulgar e promover uma cultura de amamentação.
Mesmo que não existam dúvidas nem dificuldades, venha partcipar das nossas reuniões! Sua participação é importante para juntas tentarmos recriar uma cultura mais amiga da mãe que amamenta.

Maiores informações, entre em contato através do e-mail grupomama@terra.com.br ou dos telefones 9608-7275 - Juliana ou 9663-9858 - Raquel

Participem com a gente e nos ajudem a divulgar as reuniões!!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Saúde convoca doadoras de leite humano

http://www.saopaulo%20.sp.gov.br/%20sis/lenoticia.%20php?id=99130&

Em comemoração ao Dia Nacional da Doação de Leite Materno, que acontece na próxima quarta-feira, 1, a Secretaria de Estado da Saúde promove durante toda a semana uma campanha de sensibilização para convocar doadoras de leite de todo o Estado.

A mulher em período de amamentação que tiver leite sobrando e quiser beneficiar outro bebê, poderá procurar um banco de leite. São Paulo é o Estado que tem o maior número de bancos de leite humano, sendo 23 na Grande São Paulo e 30 pelo interior.

A lista completa das unidades pode ser consultada por este endereço eletrônico. O leite humano doado é pasteurizado, submetido a controles de qualidade e distribuído aos recém-nascidos prematuros e outros lactentes clinicamente impossibilitados temporariamente de serem amamentados ao seio materno.

Devido às propriedades nutricionais e imunológicas do leite materno, a recuperação e o desenvolvimento desses recém nascidos ocorre mais rápido.“Contamos com a colaboração e solidariedade das mães que estão amamentando e podem doar. O que para você pode ser apenas leite, para a criança é vida” explica Maria José Guardia Mattar, coordenadora do banco de leite humano do Hospital Maternidade Estadual Leonor Mendes de Barros.

Na capital, o Banco de Leite Humano do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros está à procura de novas doadoras para manter o estoque do leite humano. Com a proximidade do final de ano a quantidade de leite arrecadado está diminuindo e tende a cair ainda mais devido às festas e também às viagens das doadoras durante as férias.Para ser doadora a mãe deve ser saudável e estar amamentando exclusivamente seu filho.

A coleta do leite é feita diariamente pela equipe do Banco de Leite em parceria com o Corpo de Bombeiros através do Projeto Bombeiros da Vida e visita as doadoras semanalmente em sua residência. Elas recebem todas as orientações sobre: higiene, ordenha, conservação e armazenamento do produto; e além disso, todo leite que chega ao banco é pasteurizado e passa por exames de controle de qualidade físico químico e microbiológico antes de ser fornecido aos bebês.

Vantagens

Para a Mãe: menor sangramento, o peso volta mais rapidamente, pode reduzir câncer de mama, de ovários e osteoporose, maior período de amenorréia e espaçamento entre gestações, aumenta o vínculo mãe e filho, maior praticidade e satisfação.

Para o Bebê: alimento completo tanto nutricional como imunológico, protege de infecções, de processos alérgicos e de doenças crônicas, maior vínculo afetivo e desempenho nos testes de inteligência, previne problemas ortodônticos e fonoarticulató rios, maior período de amamentação com diminuição da morbidade e mortalidade infantil e menor risco de maus tratos e abandono.

Para a Família: melhor qualidade de vida, mais prático, econômico, melhor vinculo familiar, menor gasto com doenças e com a economia maior investimento em outros alimentos e bens de consumo da família.

Para o Hospital: menos internações por doenças infecciosas, menos infecções cruzadas e menor índice de infecção hospitalar, diminui o tempo de permanência hospitalar e com alojamento conjunto há maior aproveitamento de espaço e da equipe para orientações e cuidados, melhor qualidade de assistência e melhor prestígio hospitalar.

Para Sociedade e Meio Ambiente: melhor qualidade de vida, menos falta ao trabalho materno, menos doenças infantis, menor mortalidade infantil, economias diversas de importações e menor dano ecológico com melhor qualidade do ar atmosférico.

A introdução de Alimentos Artificiais precocemente além de favorecer o desmame precoce, aumenta a morbidade e mortalidade infantil, e a mulher perde os benefícios da amamentação contra doenças crônicas.

Bancos de leite humano

EM PIRACICABA - HOSPITAL DOS FORNECEDORES DE CANA - Banco de Leite Humano Maria Gessy Cardoso Ribeiro - Fone 3403-2820 ramal 2820, Avenida Barão de Valença, 716 Vila Rezende (adição nossa)

1. CENTRO DE REFERÊNCIA DE SÃO PAULO / HOSPITAL MATERNIDADE ESTADUAL LEONOR MENDES DE BARROS – Fone:(11)2692-4068 Avenida Celso Garcia, 2477 – 3º andar - Belenzinho – São Paulo
2. HOSPITAL MATERNIDADE INTERLAGOSRua Guaiuba, 312 - Interlagos
3. HOSPITAL IPIRANGA Avenida Nazaré, 28 – 7º andar – São Paulo
4. CONJUNTO HOSPITALAR DO MANDAQUI Rua Voluntários da Pátria, 4301 – São Paulo
5. HOSPITAL REGIONAL SULRua Gen. Roberto Alves de Carvalho Filho, 270 – Santo Amaro
6. HOSPITAL SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL Rua Pedro de Toledo, 1800 – 1º andar – Ibirapuera – São Paulo
7. HOSPITAL GERAL DE VILA PENTEADO Avenida Ministro Petrônio Portela, 1642 – São Paulo
8. HOSPITAL GERAL DE ITAPECERICA DA SERRA Rua Santa Cruz, 200 – Itapecerica da Serra
9.HOSPITAL ESTADUAL MARIO COVAS - SANTO ANDRÉRua Doutor Henrique Calderazzo, 321 - Santo André
10. HOSPITAL GERAL DE PEDREIRARua João Francisco Moura, 251 – Vila Campo Grande
11. HOSP. DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO Rua 7 de setembro, 1050 – Ribeirão Preto
12.HOSPITAL REGIONAL DE ASSIS Praça Symphronio Alves Santos, s/nº - Centro – Assis
13.CONJUNTO HOSPITALAR DE SOROCABA Avenida Comendador Pereira Inácio, 564 – Sorocaba
14. CAISM - CENTRO DE ATENÇÃO INTEGRAL A SAÚDE DA MULHER (UNICAMP)Av. Alexander Fleming, nº. 01 - Cidade Universitária Zeferino Vaz – Campinas
15. HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO (SANTOS)Rua Oswaldo Cruz, 197, Boqueirão - Santos

Da Secretaria da Saúde

domingo, 28 de setembro de 2008

Desmame total – quando?

Desmame total – quando?
Dr. Marcus Renato, 28/3/2003

Esta é uma questão polêmica no mundo ocidental na atualidade. As mulheres têm recebido conselhos contraditórios, porque nós profissionais de saúde não chegamos à um consenso. A Academia Americana de Pediatria recomenda que os lactentes devem ser desmamados já aos 12 meses, enquanto a OMS e o UNICEF afirmam que os bebês devem ser amamentados até os 2 anos ou mais . Algumas mulheres ocultam que ainda amamentam seus filhos maiores de 1 ano para evitar a desaprovação dos pediatras e dos membros da família.

Estudos antropológicos revelam que em muitas culturas não ocidentais as mulheres amamentam comumente seus filhos até os 3-4 anos. Serão elas ou nós os excêntricos ? 
Não seria interessante nos compararmos a outros mamíferos para determinar qual a idade do desmame “ideal” se não tivéssemos sido influenciados por questões comerciais ou culturais?

Desmame ao alcançar o triplo do peso do nascimento - Esta idéia de que os mamíferos desmamam quando suas crias triplicam ou quadruplicam seu peso de nascimento aparece extensamente na bibliográfica sobre Amamentação (Lawrence, 1989). As pesquisas indicam que o desmame nos grandes mamíferos (incluídos os primatas – macacos, chipanzés, gorilas e o homem) ocorre alguns meses depois que o peso do nascimento de nossos filhos quadruplicam (Lee, Majluf & Gordon, 1991). Nosso lactente quadruplica seu peso ao nascer em torno dos 27 meses (os meninos) e aos 30 meses (as meninas).

Desmame ao alcançar 1/3 do peso do adulto - Estudos sugerem que os primatas se comportam como outros mamíferos desmamando a cada um dos seus descendentes quando eles alcançam um terço do peso de adulto (Charnov & Berrigan, 1993). Os humanos: alcançamos tamanhos bastante variáveis, porém com este critério o desmame teria lugar entre os 4 – 7 anos de vida.

Desmame de acordo com o tamanho corporal feminino - Harvey & Clutton-Brock (1985) publicaram um estudo que incluía uma equação para calcular a idade do desmame em função do peso do corpo da mulher adulta. Esta fórmula prediz que o desmame para os humanos seria entre os 2,8 e 3,7 anos.

Desmame em função da duração da gestação - Entre as espécies de primatas de grande tamanho, a duração do período de aleitamento materno excede amplamente a duração média do período de gravidez. Para os primatas mais próximos da espécie humana, o Chipanzé e o Gorila, a duração da amamentação é superior em mais de 6 vezes a duração do período gestacional. Os humanos: nos encontramos entre os primatas maiores e compartimos mais de 98 % do material genético com os Chipanzés e Gorilas. Utilizando-se deste critério, a idade natural do nosso desmame seria 4,5 anos – 6 vezes a duração da gravidez.

Desmame em função das erupções dentárias - De acordo com as investigações de Smith (1991), muitos primatas desmamam sua prole quando rompem os seus primeiros molares permanentes. Nossos molares emergem entre os 5,5 ou 6 anos. É interessante salientar que nossos filhos alcançam autonomia imunológica em torno dos 6 anos de vida, o que nos permite inferir que, ao longo de nosso recente passado evolutivo, nossas crianças dispunham de uma imunidade ativa até esta idade aproximadamente.

Os dados disponíveis sugerem que as crias humanas estão desenhadas para receber todos os benefícios do Aleitamento ao Seio durante um período mínimo de 2,5 anos e um aparente limite máximo de 7 anos. Hoje em dia muitas sociedades podem satisfazer as necessidades nutritivas das crianças a partir do 3º/4º ano de idade com alimentos de adultos modificados. As sociedades industrializadas podem compensar alguns (e não todos) os benefícios imunológicos da amamentação por meio de vacinas, antibióticos e melhorias sanitárias e higiênicas. Porém, as necessidades físicas, cognitivas e emocionais das crianças persistem.

Os profissionais de saúde, principalmente os pediatras, nutricionistas, psicólogos, os pais e o público em geral deveriam tomar consciência de que para alguns autores, entre os 3 e os 5 anos é uma idade razoável e apropriada para o desmame dos humanos, ainda que seja pouco habitual, e não cultural em nossas sociedades amamentar uma criança quando ela não é mais um bebê.

Referência
Dra. Katherine A, Dettwyler – Departamento de Antropologia – Texas A & M University College Station Texas. “Breastfeeding Abstracts” Ag. 1994, Vol . 14, no. 1

Leitura recomendada
“Tabus e Temores acerca del Destete Tardio” por Justin P. Call, MD (”Nuevo Comienzo” Nov.- Dec. 1990)

Agradecimento
Profa. Dra. Alejandra Marina Mercado – Universidad Nacional Del Camahue – Escuela de Medicina - Argentina

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Relato de desmame natural

Relato de desmame natural de Sarah, mãe de André

André tem 3 anos, tem um histórico de alergia a leite de vaca mesmo sendo amamentado exclusivamente (ele se sensibilizou por causa, provavelmente, de um hidratante a base de leite, nos primeiros dias de vida, e desenvolveu alergia a proteína do leite de vaca que eu consumia e chegava a ele através do meu leite). Ficou no peito sem experimentar nenhum outro alimento até ter 7 meses, e isso que eu tinha voltado ao trabalho com 5 meses. Mamava o leite que eu retirava na mamadeira com ponta de colher, para não ter confusão com outros bicos. Foi direto para os copinhos, fez muito acompanhamento por causa da alergia, ficamos até ele fazer dois anos, eu e ele sem tomar nada que tivesse leite ou derivados. Até hoje, ele não gosta muito de leite de vaca, prefere soja.

Amamentar sempre foi um prazer, mesmo ele acordando a noite. Mesmo tendo seus desconfortos ocasionais. E ele tem se desenvolvido independente e feliz.

Desde a gestação, nós respeitamos os ritmos dele. O parto foi normal, natural, não hospitalar, em casa de parto, sem apressarem, sem gritos. Com calma. Ele nasceu sem sobressalto: o coração dele não acelerou uma batida, graças a um ambiente e pessoas totalmente voltadas para fazer essa transição do modo mais calmo possível. Me parecia natural que esse mesmo respeito eu demonstrasse com a amamentação e o desmame.

Durante 3 anos amamentei em livre demanda. Quando ele queria, eu amamentava. E nos últimos meses, ele tem pedido cada vez menos, Primeiro começou a por conta própria mamar só de manhã e a noite, depois só a noite, depois só no meio da noite, e depois, passava dois, três dias sem mamar. Pedia de novo. Se acontecia algo diferente, voltava a mamar duas, três vezes, depois começava a espaçar de novo. Ainda tenho leite. Fazem já uns 5, 6 dias que ele não mama, e antes disso foram quase 10 dias. As vezes pede, fica olhando, olha para mim, e simplesmente deita do meu lado e ficamos juntos curtindo um ao outro. Ele percebeu que mesmo sem mamar eu continuo perto dele.

É importante para mim perceber que tudo está rolando no ritmo dele. Conforme ele se sente pronto, maduro para fazer as coisas.

Acho que isso é o mais importante para mim. Com isso, tudo tem sido sem traumas, para mim e para ele. Me sinto bem com isso, e ele também.

Ajudou muito conhecer bem o processo de amamentação e desenvolvimento da criança, porque eu consigo entender o que está rolando, então, mesmo ele tendo feito o processo, tudo que li sobre desmame natural ajudou muito a me deixar segura. Cama compartilhada também facilitou muito: ele se sente seguro com as horas que dorme junto com a gente, então não se sente abandonado por parar de mamar. Nós continuamos aqui apoiando ele.

E uma coisa boba mas importante: muito cuidado na alimentação. Quando se para de amamentar, nosso consumo calórico cai drasticamente, e é muito fácil ganhar peso. Estou agora começando a brigar com os quilinhos a mais que vieram com o processo de desmame dos últimos meses... (e sempre que uma mulher com bebê diz que quer emagrecer eu recomendo: amamente muito.)


É isso ai. Mais um passo rumo a independência... ele já não cabe no sling, está tirando a fralda (no tempo dele também, o que dá um trabalhão =P), parou de mamar. Me sinto cada vez mais segura de que minha escolha por uma gestação / parto naturais, por uma busca de exterogestação foi a coisa mais acertada que eu poderia ter feito.

Sarah Helena

domingo, 14 de setembro de 2008

Licença maternidade de 6 meses

Lula sanciona lei que aumenta período da licença-maternidade para 6 meses
LÍSIA GUSMÃO
da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta terça-feira o projeto que amplia a licença-maternidade de quatro para seis meses, sendo a concessão dos últimos 60 dias opcional para a empresa.
Para as servidoras públicas, a mudança entra em vigor após a publicação no "Diário Oficial" da União, já nesta quarta-feira. Para as funcionárias de empresas privadas, a prorrogação da licença só vale a partir de 2010 e precisa ser negociada com o patrão, por ser opcional.
A empresa que optar pela concessão de mais dois meses de licença-maternidade poderá abater do IR (Imposto de Renda) o total da remuneração integral pago à funcionária no período adicional.
Lula vetou dois pontos do projeto. Segundo a Casa Civil, a medida não vale para micro e pequenas empresas que fazem parte do Simples, uma vez que já desfrutam de isenções fiscais, como alegou o Ministério da Fazenda.
O presidente Lula também vetou a possibilidade de isenção do pagamento da contribuição previdenciária na prorrogação da licença, atendendo a um pedido do Ministério da Previdência.
De acordo com a Casa Civil, ficam mantidas, para o período adicional, as mesmas regras válidas para os quatro meses iniciais, ou seja, a empresa continuará pagando a contribuição previdenciária, mas pode pedir a dedução do imposto devido.
Para usufruir da licença de seis meses, a trabalhadora terá de requisitá-la até o fim do primeiro mês depois do parto --a medida vale também para adoção. Já a pessoa jurídica precisará aderir ao programa --sem adesão, a licença permanece em 120 dias.
O custo da ampliação da licença-maternidade foi calculado pela equipe econômica em R$ 800 milhões. Atualmente, 93 municípios e 11 Estados, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, já permitem que as mães desfrutem de seis meses de licença.

sábado, 13 de setembro de 2008

Próxima reunião mensal - dia 20/09 - Sábado

Este mês de setembro, nossa reunião mensal será no sábado, dia 20 às 16 horas, no parque da Rua do Porto, ao lado do parquinho.

Lembramos que a reunião é aberta a gestantes, mães com seus bebês, pais, enfim, todos os interessados em conversar sobre a arte de amamentar.

Não é necessário inscrição, é gratuito.

Contamos com sua presença!

Maiores informações pelo telefone 9608-7275 (Juliana) ou 9663-9858 (Raquel) ou pelo email grupomama@terra.com.br.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Banco de Leite Humano

O Banco de Leite Humano (BLH) é um centro especializado, obrigatoriamente vinculado a um hospital materno e/ou infantil. Ele é responsável pela promoção e apoio ao aleitamento materno e execução das atividades de coleta, processamento e controle de qualidade do leite humano (LH) para posterior distribuição aos bebês.

As doadoras de leite são captadas no município de Piracicaba e região. Elas devem ser mulheres sadias que apresentam produção de leite superior às necessidades de seu filho e que se disponham a doar o excedente por livre e espontânea vontade com o objetivo de ajudar o próximo sem fins lucrativos.

Há na região uma carência de um serviço específico para referência em apoio ao aleitamento materno. O BLH do HFCP atende as gestantes e nutrizes do município já que sabemos que o leite materno é o alimento mais completo que existe para o bebê, sendo essencial incentivar o aleitamento exclusivo, que protege os bebês da maioria das doenças e proporciona um desenvolvimento e crescimento saudável ao lactente, além de fortalecer os laços afetivos entre mãe e bebê. O aleitamento traz também vantagens para a mãe, como a prevenção da hemorragia pós-parto e diminuição do risco de câncer de mama e ovário.

O BLH fornece leite humano pasteurizado a bebês prematuros, recém-nascidos de baixo peso que não sugam, com enteroinfecções e casos excepcionais com indicação médica ou nutricional.

Atendemos de segunda à sexta-feira das 08h às 17h e aos sábados das 07h às 13h. Para ser doadora basta agendar um atendimento para realizar o cadastro e receber as orientações sobre a ordenha, armazenamento e transporte do leite. Ressaltamos que o leite pode ser trazido diretamente ao BLH ou retirado no domicílio da doadora com horário agendado.


Enfª Dayse Ruiz de Araujo Banco de Leite Humano
Gestão Materno Infantil
Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba
Fone: 19-3403.2820
bancodeleite@hfcp.com.br

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Amamentação a La Carte

Amamentação a La Carte

Amamentação em intervalos pré-determinados é um mito. Houve um tempo em que se pensava que bebês deveriam mamar a cada 3 horas, ou a cada 4 horas e por exatamente 10 minutos de cada lado! Você já se perguntou o porquê de 10 minutos e não 9 ou 11?

Claro, adultos nunca comem por “10 minutos em cada prato a cada 4 horas”. Quanto tempo a gente leva para terminar o prato? Isso depende do quão rápido a gente come. É o mesmo com bebês. Se eles mamam rápido, podem gastar menos que 10 minutos, mas se mamam devargar, podem gastar bem mais.

O adultos comem em horários pré-determinados somente porque as obrigações de trabalho forçam-nos a organizar suas refeições desta forma. Normalmente, nos dias de folga, a rotina usual é mudada sem qualquer dano à saúde. Contudo, ainda existem pessoas que acreditam que os bebês precisam ser acostumados a mamadas de horário e fazem referências vagas à disciplina ou boa digestão.

Para um adulto, a comida pode esperar. Nosso metabolismo permite que esperemos por uma refeição e a comida é exatamente a mesma agora ou daqui a uma hora. Mas seu bebê não pode esperar. Sua fome é urgente e a comida dele muda se a refeição se atrasa. O leite humano não é um alimento morto, mas uma matéria viva em constante processo de mudança. A quantidade de gordura no leite aumenta à medida em que a amamentação progride. O leite do início da mamada tem baixo conteúdo gorduroso e o leite do final é altamente rico em gordura; chegando a ser 5 vezes mais gordo.
média de gordura em qualquer mamada depende de quatro fatores:
1. Intervalo da mamada anterior (quanto maior o intervalo, menor a quantidade de gordura);
2. Concentração de gordura no final da mamada anterior;
3. Quantidade de leite ingerido na última mamada;
4. Quantidade de leite ingerido nesta mamada.

Quando a criança mama os dois seios, ela raramente esvazia o segundo seio. Para simplificar, basta dizer que ela toma 2/3 de leite desnatado e 1/3 de creme de leite. Contudo, a criança que mama somente um seio por mamada toma ½ leite desnatado e ½ creme de leite. Se ela toma um leite menos gordo (menos calórico), ela pode aceitar grandes volumes e consumir mais proteínas. Então o bebê que mama 50 ml de cada seio não mama o mesmo que um que toma 100 ml de um seio só; e a dieta do bebê que toma 80 ml a cada 2 horas é totalmente diferente da dieta do bebê que toma 160 ml a cada 4 horas.

Os fatores que controlam a composição do leite ainda estão sendo estudados e ainda não se sabe muita coisa. Por exemplo, sabe-se que um dos seios geralmente produz mais leite, com maior concentração de proteínas que o outro. Talvez seja só coincidência ou talvez seu filho decida isso, dando preferência a um seio em relação ao outro, escolhendo uma refeição com mais ou com menos calorias.

E você pensou que seu bebê mamasse sempre o mesmo leite? Você pensava que era entediante passar meses e meses tomando somente leite? Isso não é verdade com o leite materno. Seu bebê tem à disposição dele um grande cardápio para escolher, desde sopa leve a uma sobremesa bem cremosa. Uma vez que o seio não fala (nem pode entender o bebê), o bebê faz seu pedido de 3 formas:
1. Pelo tanto de leite que ele toma a cada mamada (mamando por um longo ou curto tempo e com mais ou menos intensidade);
2. Pelo intervalo entre uma mamada e outra;
3. Mamando um ou os dois seios.

O que seu bebê faz quando mama para obter exatamente o que ele precisa de um dia para o outro é uma obra de engenharia. O bebê tem total e perfeito controle da sua dieta, desde que ele possa mudar as variáveis de acordo com seu desejo. É isso que a livre demanda significa: deixar o bebê decidir quando ele quer mamar, por quanto tempo ele vai ficar no seio e se ele quer mamar um ou os dois seios.

Quando o bebê não tem o direito de controlar um dos mecanismos, na maioria das vezes ele tenta mudar uma ou outra variável. Num experimento, alguns bebês foram colocados para mamar somente em um seio por mamada, durante uma semana e nos dois seios na semana seguinte (a ordem foi variável). Em teoria, os bebês teriam ingerido muito mais gordura nos dias em que mamaram somente de um lado do que quando mamaram nos dois seios. Contudo, os bebês espontaneamente modificaram a freqüência e a duração das mamadas e foram capazes de ingerir quantidades similares de gordura (mas volumes diferentes de leite).

Se o bebê não tem a chance de modificar a freqüência ou duração das mamadas e ele não tem a oportunidade de decidir se quer mamar de um lado ou dos dois, ele fica perdido. Ele não consegue tomar a quantidade de leite de que precisa, mas acaba tomando o que lhe é oferecido. Se a sua dieta está muito longe das necessidades reais do bebê, ele terá problemas em ganhar apropriadamente ou passará o dia faminto e irritado. É por isso que amamentação em horários pré-estabelecidos raramente funciona e quanto mais rígido for o esquema, mais catastrófico é o resultado. Os bebês precisam mamar irregularmente, somente assim eles têm uma dieta balanceada.

Desde o primeiro dia, embora pareça que ela está tomando somente leite, a criança está escolhendo sua dieta a partir de uma gama de opções e ela sempre escolhe sabiamente, tanto na qualidade, quanto na quantidade.

Do livro My Child Won’t Eat, do pediatra Carlos González.
A tradução é de Flavia Oliveira Mandic.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

REUNIÃO MENSAL

ATENÇÃO MUDANÇA DO LOCAL DA REUNIÃO

Este mês de agosto, nossa reunião será no sábado, dia 30, e não dia 16 como estavamos planejando.
Dia 30 de Agosto, às 16 horas, no parque da Rua do Porto, ao lado do parquinho.
Maiores informações pelo telefone (19)9608-7275 ou pelo email grupomama@terra.com.br.

Lembramos que a reunião é aberta a gestantes, mães com seus bebês, pais, enfim, todos os interessados em conversar sobre a arte de amamentar. Não é necessário inscrição, é gratuito.

Contamos com sua presença!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Semana mundial do aleitamento materno

SMAM 2008 – SEMANA MUNDIAL DO ALEITAMENTO MATERNO


A semana mundial de aleitamento materno, comemorada na primeira semana de agosto (do dia 1° ao dia 07), é uma forma de incentivar, apoiar e divulgar a amamentação. Todo ano, desde 1992 a WABA-World Alliance for Breastfeeding Action (Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno) escolhe um tema para a SMAM e este a ano o tema é apoio, apoio em todas suas formas: família, amigos, vizinhos, profissionais de saúde, governo e leis, empregador e organizações ou grupos de apoio.

A frase escolhida para SMAM2008 no Brasil foi “Se o assunto é amamentar, apoio à mulher em primeiro lugar”. O apoio ao aleitamento materno é importante porque com ele todos ganham! Essa é a missão do Grupo MAMA, que busca criar uma rede de apoio, onde cada mulher ajuda e é ajudada com a sua experiência e dificuldades.

O que é o APOIO?

“Apoio é incondicional. É escutar, não julgar, não contar sua própria história. Apoio é não oferecer conselho. É oferecer um lenço, um toque, um abraço... preocupar-se. Nós estamos aqui para escutar... não para realizar milagres.
Estamos aqui para ajudar uma mulher a identificar suas opções... não para dizer a ela que opção escolher. Estamos aqui para discutir os caminhos com uma mulher... não para seguir o caminho por ela. Estamos aqui para ajudar uma mulher a descobrir sua própria força... não para resgatá-la e deixá-la ainda mais vulnerável. Nós estamos aqui para ajudar uma mulher a descobrir que ela pode ajudar a si mesma... não para assumir a responsabilidade por ela. Aqui estamos para ajudar uma mulher a aprender a eleger... não para dizer a ela que é tranqüilo tomar decisões difíceis.” - Autor Anônimo (retirado do material oficial da SMAM2008, crédito ao IBFAN e SENAC)

Conheça histórias de dificuldades e conquistas no Blog de relatos que o Matrice fez em comemoração a SMAM2008, publicando no mês de Julho um relato por dia, até a inauguração da SMAM, são 31 relatos de diversas mulheres sobre suas vivências com a amamentação. São histórias inspiradoras, vivenciadas com muito amor, e que demonstram como uma frase de apoio pode fazer toda a diferença.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

REUNIÕES SEMANAIS

Nossas reuniões semanais não estão mais suspensas por falta de local.
Voltamos a realizá-las, quinta-feira às 15:30, no Centro de Atendimento Integrado – CAI, Rua Delina Tarcia, 141, Algodoal (telefone do local: 3412-2910).
Este é um perdio que pertence ao Hospital dos Forncedores de Cana e firma ainda mais a nossa parceria com o Banco de Leite Humano, que dá todo o respaldo profissional para nossas indagações.

Continuamos também com nossas reuniões mensais aos sábados. Veja quando será a proxima, clicando aqui.

Para maiores informações entre em contato conosco por telefone: (19) 9608-7275(Juliana) ou (19)9663-9858(Raquel) ou e-mail: grupomama@terra.com.br.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Relato de Amamentação

Relato de Amamentação de Gisela, mãe de Stella

Minha filha, Stella, nasceu em São Paulo, no dia 30 de março de 2007, uma sexta-feira, às 8:00 horas. No sábado à noite, meu peito já estava endurecendo. Chamei a enfermeira de plantão e ela me disse que se tratava da “apojadura”, que o leite estava descendo e era tudo normal, mas providenciaria o necessário. Ocorre que as enfermeiras só apareceram no dia seguinte para fazer uma compressa fria. E já era tarde demais. Até a aréola estava endurecida e minha filha não conseguia pegar o peito.

Nos horários das mamadas, passei a ir até o berçário, onde uma das enfermeiras massageava apenas a parte próxima da aréola, o suficiente para ordenhar um pouquinho de leite e dar à minha filha de copinho. A dor que eu sentia quando retiravam o leite era enorme, mas ficava pequena perto do desespero de ver minha filha chorando de fome, aguardando inocentemente aquele ritual lento... O pior é que nem sempre conseguiam ordenhar o necessário e aí veio o momento crítico: assistir uma enfermeira dando leitinho industrializado para meu bebezinho.

Quando eu recebi alta, na segunda-feira, perguntei para a enfermeira o que eu deveria fazer para resolver a situação. Ela tomou conhecimento do que estava acontecendo e se sensibilizou. Foi a primeira a me dar orientações mais consistentes, porque até aquele momento, quando mudavam os turnos, mudavam também as recomendações. Eu cheguei a ser colocada na sala de ordenha, com a finalidade de voltar com o peito mais vazio para casa. Só que não foi o bastante.

Saí da maternidade em pânico, pois sentia que não conseguiria amamentar minha filha. E os primeiros dias foram mesmo terríveis: minha filha realmente não conseguiu pegar o peito e eu não soube ordenhar leite suficiente... Além disso, embora eu já tivesse lido em revistas que o bebê não pode pegar só o mamilo, que teria que pegar também grande parte da aréola, ela estava tão dura que era impossível. Quando minha filha conseguia sugar alguma coisa pegando só o mamilo, eu acabava deixando, pois achava que assim pelo menos ela se alimentaria um pouco. O resultado foram inúmeras fissuras e uma dor lancinante.

O choro de fome da Stella era desesperador e por um triz não pedi para alguém correr na farmácia de plantão, para comprar o tal NAN. Liguei para um médico e ele chegou a me falar que uma possibilidade seria tomar um remedinho para reduzir a produção de leite até secar.

Fiquei completamente confusa.

Foi então que consegui a indicação de uma enfermeira e obstetriz especializada em amamentação, que, mesmo fazendo um atendimento em outra cidade, já me deu diversas orientações por telefone. Depois ela me atendeu em casa, me explicou que o leite tinha “empedrado” e que teria que ser retirado, porque daquele jeito minha filha não conseguiria mesmo mamar, além de eu correr o risco de a situação evoluir para uma mastite.

Essa profissional ficou quase cinco horas em casa, conversou pacientemente comigo, dando todas as orientações possíveis sobre amamentação. Ela me ensinou como eu teria que fazer para esvaziar as mamas e, depois dela fazer uma longa massagem, senti que o meu peito já tinha voltado ao normal, o que até então parecia impossível de acontecer tão rápido.

No dia seguinte, a Stella já conseguiu mamar muito bem. Continuavam, porém, as fissuras e, consequentemente, muita dor.

Com as orientações que recebi passei a tratar dos ferimentos e, passadas algumas semanas, a amamentação já tinha se tornado um prazer enorme para mim, sobretudo porque o contato que me permite ter com minha filha é encantador e gratificante. Serei eternamente grata, pois, se não tivesse recebido orientação adequada, certamente teria desistido: com medo de minha filha passar fome, eu teria recorrido ao NAN e, possivelmente, causado o desmame precoce dela.

Passei, então, a me informar ainda mais sobre amamentação. Com ajuda das outras mães do Grupo MAMA, consegui amamentar exclusivamente minha filha com leite materno até ela completar seis meses. Quando voltei a trabalhar e a Stella passou a freqüentar o berçário, comecei a ordenhar leite e mandar para escolinha, para que dessem a ela num copo com bico de silicone, doando o leite excedente para o Banco de Leite do Hospital dos Fornecedores de Cana.

O Grupo MAMA também me ensinou os benefícios da amamentação prolongada e minha filha, agora com praticamente um ano e três meses segue mamando, firme e forte.

Hoje eu entendo porque tantas mães desistem de amamentar quando encontram dificuldades como a que eu experimentei e sequer têm consciência de todas as vantagens que a amamentação traz, para elas e para os bebês. É por isso que os grupos de apoio à amamentação são tão importantes: se mais mães tiverem a ajuda certa no momento certo, mais bebês serão beneficiados com o aleitamento materno.

Gisela

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O que é o leite materno?

O QUE É O LEITE MATERNO???

O que sabemos do Leite Materno vem daquilo que observamos do leite de vaca, um líquido branco e brilhante.O leite de canguru é rosado. Mas o que interessa é que o leite é espécie–específico, porque sua composição é feita para determinadas necessidades de crescimento e maturação do bebê de cada espécie. Por exemplo, o leite de vaca contém mais ácidos graxos voláteis que o leite humano, e bebês humanos não digerem esses ácidos muito bem; eles produzem muitos gases nos bebês. O leite de vaca também contém mais ferro mas este não é aproveitável pelo sistema digestivo humano. O bebê absorve melhor o ferro do leite materno, que também é digerido em cerca de vinte minutos, enquanto o leite de vaca pode levar cerca de duas horas para ser totalmente digerido (a fórmula). O leite materno também contém cerca de uma centena de aminoácidos, vitaminas, sais minerais, e açúcares, compondo uma receita especialmente feita para as necessidades do bebê humano.

A composição do leite também oferece a chave para o estilo e intensidade do comportamento materno espécie-específico. Em espécies cujas mães só amamentam ocasionalmente e deixam seus bebês sozinhos por longos períodos, o leite é rico em gordura e proteínas, de modo que o bebê possa ser compensado (pela proteína) e satisfeito (pela gordura) por longos períodos, sozinho. Quando o leite é pobre em gordura e proteína, como o leite humano, isso indica que a amamentação é destinada ou tende a ser mais constante. O leite humano contém cerca de 88% de água e 4,5% de gordura em média, dependendo do estilo de aleitamento; intervalos longos produzem leite com baixa concentração de gordura, enquanto a amamentação contínua produz alta concentração de gordura. Ao contrário, o leite da foca é constituído de 54% de gordura, o que é bastante. Ou seja, o bebê foca é aleitado a longos intervalos, e também precisa de altas concentrações de gordura para adquirir as grossas camadas de gordura corporal para viver em ambiente aquático.

Fluido protetor natural
Os bebês nascem com certa quantidade de anticorpos circulantes, que adquirem de suas mães através da placenta. Mas essa imunidade é frágil e eles precisam ser expostos ao mundo externo e experimentar reações imunitárias para construir seu alicerce imunitário para combater os germes. O colostro e depois o leite materno são verdadeiras usinas de protetores contra os vírus e bactérias e são uma forma transicional espetacular entre a ? pré-natal e a infância tardia, quando o sistema imunológico já se desenvolveu totalmente (pela idade de cinco anos). Essas descobertas são relativamente recentes, o que explica, em parte, a idéia de que a fórmula se compara ao leite materno.

O fator mais importante nessa barreira imunológica transferida é a lactoferrina, uma proteína que protege contra a escherichia coli e o estafilococo, as causas mais incapacitantes da diarréia e da mortalidade infantil. O leite materno também oferece propriedades antivirais que se incorporam fisicamente aos germes da cólera e a giárdia, o que explica porque os bebês amamentados, vivendo em ambientes sem higiene, são capazes de sobreviver. São importantes também no colostro e no leite materno as cinco categorias de anticorpos chamados imunoglobulinas, que protegem contra infecções e são a principal barreira imunitária dos bebês. Esse sistema é especialmente importante porque atua dentro das mucosas que revestem o nariz, os pulmões e brônquios, os intestinos – as áreas mais vulneráveis dos bebês aos agentes patógenos. IgA é uma delas.

A IgA secretora (S-IgA) é encontrada no sistema respiratório e trato intestinal de adultos. Quando a mãe ingere ou inala agentes que causam doenças (patógenos) as moléculas de S-IgA se ligam a esses agentes ou antígenos, e se tornam específicas para esses agentes. A S-IgA da mãe é transferida do sangue para o leite.Pelo 4º mês de vida, os bebês amamentados recebem cerca de 0,5 g de anticorpos diariamente, que se alojam nos pulmões e intestinos. Como as maiores causas de morte em bebês são a diarréia e a pneumonia, a imunidade conferida pelo LM reduz incrivelmente a mortalidade infantil. Há evidências de que o sistema imunológico dos bebês amamentados amadurece e se fortalece mais rápida e mais intensamente, já que não sofrem os efeitos devastadores sobre a resistência, causados pelos agentes patógenos do meio.

Referência: Our babies, Ourselves / by Meredith Small, Anchor Books, NY, 1999.


Outras observações sobre leite materno do livro "Besame Mucho", de Carlos Gonzalez.

Outra diferença fundamental estabelece-se entre os mamíferos que escondem as suas crias em tocas ou luras, como os coelhos, e aqueles que levam as crias para toda a parte ao colo, como os prima tas, ou a andar, como as ovelhas.A mãe coelho passa a maior parte do tempo possível a uns metros de distância da sua lura para não atrair os lobos com o seu odor (o odor das crias é muito mais fraco do que o da mãe). Vê o que lhe dizia? Voltei novamente a utilizar a linguagem poética, como se a coelha fizesse as coisas de propósito. Ela não sabe nadasobre o odor nem sobre os lobos. Fá-Io porque os seus genes a obrigam a fazê-Io e, ao longo de milhões de anos, as coelhas que possuem o gene «manter-se afastada da lura» conseguiram ter mais filhos vivos do que as que possuem o gene «ficar dentro da lura». O triunfo desse gene é a prova de que era útil no ambienteevolutivo da espécie, isto é, quando havia lobos. Agora que em muitos países não existem lobos nem mesmo outros predadores, esse comportamento da coelha pode ser inútil, contudo, a coelha não o sabe e continua a agir do mesmo modo.
A mãe coelha deixa as suas crias escondidas na lura e amamenta-as apenas uma ou duas vezes por dias.
Para passar tantas horas sem comer, os coelhos bebés necessitam de um leite muito concentrado: 13 por cento de proteínas e 9 por cento de gordura. A cria da cabra acompanha a mãe para toda a parte e mama de forma quase contínua, pelo que o seu leite contém apenas 2,9 por cento de proteínas e cerca de 4,5 por cento de gordura.

O leite materno contém cerca de 0,9 por cento de proteínas e 4,2 por cento de gordura. Quanto tempo pensa que um bebé consegue aguentar sem mamar?

Como numa coreografia delicada, as crias vão evoluindo em consonância com as mães e com a composição do leite: os coelhos que tentarem sair da lura para seguir a mãe morrem jovens, da mesma maneira que os cordeiros que esperam pela mãe em vez de a seguirem. Quando estão sozinhos na lura, os coelhos ficam absolutamente imóveis e calados, pois, se chorassem e chamassem amãe, poderiam atrair os lobos. Pelo contrário, as pequenas cabras que perdem de vista a mãe durante um momento começam a chamá-Ia desesperadas.
De maneira que o comportamento da mãe e das crias é diferente e característico de cada espécie, estando adaptado à sua forma de vida e às suas necessidades.

Seria ridículo tentar explicar a uma coelha que deve ser «uma boa mãe» e passar mais tempo com os filhos, do mesmo modo que seria absurdo dizer a uma cabra que não deveria andar sempre com a sua cria «agarrada às suas saias», porque a cria necessita de «tornar-se independente » e a mãe «também necessita de momentos de intimidade para viver em casal».

Os primatas em geral necessitam de um contacto contínuo com a mãe.
John Bowlby, um pedopsiquiatra inglês, descreve pormenorizadamente em Attachments o comportamento de apego em diferentes primatas apartir da observação de numerosos cientistas. Explica, por exemplo, as aventuras de outro investigador, Bolwig, que decidiu criar em sua casa uma cria de macaco órfã, tomando o papel de mãe substituta para estudar as suas reacções. Curiosamente, recebia, como as mães humanas, conselhos de toda a gente sobre a melhor maneira de criar o pequeno macaco.

Bolwig descreve a intensidade do apego manifestado pela cria cada vez que convenciam o seu tratador (a despeito da maneira como pensava) da necessidade de a castigar, fechando as portas da casa, por exemplo, ou encerrando-a numa jaula. «Sempre que tentei fazê-10..., produzia-se um atraso no desenvolvimento do macaco. Aumentava o apego que sentia em relação a mim e ficava mais travesso e mais difícil de levar.»

O castigo e a separação dão tão mau resultado num macaco como numa criança. Vejamos o que aconteceu um dia em que Bolwig fechou o macaco numa jaula:Agarrou-se a mim e não permitiu que me afastasse do seu campo de visão durante o resto do dia. Durante a noite, enquanto dormia, de tempos a tempos acordava, emitia breves lamentos e agarrava-se a mim, e, quando me tentava soltar, experimentava um profundo terror (Bolwig, citado por Bowlby).Se os cientistas encontrassem um animal novo, até agora desconhecido, e quisessem observar rapidamente (sem necessidade de o estar a observar durante semanas) qual é a sua maneira habitual de cuidar das crias, poderiam levar a cabo uma experiência muito simples: levar a mãe e deixar as crias sozinhas. Se ficaremquietas e caladas, é porque é normal nessa espécie que as crias fiquem sozinhas. Se começarem a gritar como se as estivéssemos a matar, é porque o normal nessa espécie é que as crias não se separem da mãe nem sequer por um momento.

E o seu filho? Como reage ele quando a leitora se ausenta? O que lhe parece ser o normal na nossa espécie?
Através do comportamento dos comportamento dos nossos filhos, da observação dos nossos parentes (animais) mais próximos, da composição do nosso leite, podemos concluir que o ser humano pertence plenamente ao grupo de animais que mamam de forma contínua.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Relato de Amamentação

Relato de Amamentação de Gisele, mãe de Enzo

Me preparei a gravidez inteira para o meu parto domiciliar. Lia tudo que passasse na minha frente, no entanto nem pensei no tema amamentação, achei que fosse simples e fácil, que o meu filhote iria para o meu peito, tomaria seu leitinho e tudo ficaria feliz: que engano!

Foram 10 dias de UTI, saí do hospital com meu filho, nascido em casa, mas que teve após o parto desconforto respiratório de causa desconhecida.

Saí do hospital sem orientação nenhuma, e achando que tudo estava resolvido. Meu filho não estava ganhando peso por isso o hospital não queria liberá-lo embora ele estivesse bem. Sua alta foi feita pelo nosso pediatra na época o Cacá. Na primeira noite em casa meu filho chorou a noite toda, de fome provavelmente, pois eu não tive a feliz idéia de levá-lo ao peito! Ficava olhando para ele o tempo inteiro, mas não me dei conta de que ele precisava se alimentar. Após uma noite inteira de choro, ligamos para a avó mais próxima, que sugeriu que déssemos leite artificial para ele. E assim foi feito.

Com uma semana de vida, após a maioria das mamadas era oferecido ainda 30ml de leite artificial. Eu simplesmente não acreditava que meu leite era suficiente para ele, mesmo com os peitos cheios.

Porém, o complemento não foi o único vilão do desastre inicial da minha história de amamentação. Após um mês, não entendia como meus peitos poderiam estar ainda tão machucados e feridos. Não havia nada que os fizesse cicatrizar, nem lansinoh, nem sol, nem casca de mamão e banana, nem secador nada… Eu tentei de tudo. Eu chorava o dia inteiro desconsolada pois não conseguia amamentar sem dor. Sentia fisgadas medonhas durante cada mamada e me lembrava quão melhor tinha sido sensação da dor do parto, perto da dor que eu sentia ao amamentar o meu filho. A cada fim de mamada eu prometia a mim mesma que ia comprar uma mamadeira para ele e desistir de amamentar.

Quando o Enzo completou 30 dias de vida, o diabinho do complemento ainda rondava a nossa mamada e então decidi: a partir de hoje não dou mais uma gota de leite artificial para ele, nem que meus bicos caiam. E assim foi. Eu amamentava com uma dor maldita, até que ele ficasse satisfeito. O suor escorria pelo meu rosto a cada mamada, cheguei uma vez a desmaiar de dor mas promessa é promessa e desde então nunca mais voltei atrás.

Sentia um vazio enorme, a dor ao amamentar era muito grande. Com ela vinha uma sensação de impotência muito grande, eu achava que não tinha leite, que meu filho estava magro, que eu não era capaz de nutrí-lo com eficiência. Não me passava pela cabeça que eu fui capaz de alimentar o meu filho durante 9 meses na minha barriga, por que não conseguiria agora?

Vivia o tempo inteiro verificando o estoque de leite nos meus seios. Eu realmente achava que eles precisavam estar sempre pingando de leite, que eles sempre deveriam estar cheios e quando eu os sentia um pouco murchos, eu começava a achar que meu leite ia secar. Tomei vários remédios, vivia fazendo compressas quentes para aumentar uma produção que já era abundante, no entanto eu não me dava conta. Era uma insegurança desmedida.
Mas a dor não melhorava nunca e eu cada dia que passava, pensava em desistir.
Após muito conversar com o Cacá, pediatra do Enzo, com as meninas da lista, da Matrice, navegar horas e horas na Internet em busca de uma possível solução, começamos a desconfiar que a pega dele pudesse estar errada e realmente estava. Consultamos uma fonoaudióloga especialista em amamentação que constatou alguns problemas: pega, posição e movimento da língua incorretos. Além disso ela afirmou que ele tinha uma sucção extremamente forte, que aliada a minha pele clara, contribuía ainda mais para machucar os meus seios.

Comecei então uma série de exercícios para tentar melhorar a pega dele, que realmente começaram a dar resultados positivos, no entanto meu peito nunca cicatrizava. O Enzo completava dois meses, a pega estava bem melhor que no início, no entanto meu seio continuava muito machucado, avermelhado e a dor na mamada era absurda. Em algumas mamadas eu tirava meu leite com uma bomba manual para não ter que oferecer o peito. Eram algumas mamadas de alívio.

Discutindo com os profissionais que estavam me ajudando, chegamos à conclusão que eu poderia estar com Monilíase mamária, ou candidíase, e comecei então a fazer o tratamento. Começamos com um remédio que eu passava no meu seio e no cantinho da boquinha do Enzo. Uma luz no fim do túnel: a dor começava a diminuir. Como eu fiquei feliz! Porém a minha felicidade durou pouco. Meu seio de uma hora para outra e sem explicação começou a piorar novamente e amamentar voltou a ser um pesadelo.
Novamente no médico, chegamos à conclusão que seria necessário que eu tomasse remédio via oral. Iniciamos então com uma dose baixa. Tomei comprimidos durante 14 dias, passava remédio no seio, na boquinha dele e nada do meu seio melhorar. O Enzo já estava com 3 meses e eu mal conseguia sair de casa, pois começava a chorar só de imaginar ter que amamentar em público e ter que conter a minha dor, fazendo cara de paisagem. Eu sentia dores horríveis. A vontade que eu tinha era de jogá-lo para cima na hora da mamada e eu me sentia muito mal por isso, pois o que eu mais queria era amamentar. Fomos para o último plano: remédio via oral em doses altas. E assim fiz. No começo comecei a ficar desesperada pois não via efeito nenhum e essa era a minha última esperança. Tomei esse remédio por 6 semanas consecutivas e perto do Enzo completar 4 meses comecei a sentir o verdadeiro prazer de amamentar, sem dor, sem medo, sem tensão.

Quando o Enzo tinha 3 meses, comecei a fazer estoque de leite materno para quando eu voltasse a trabalhar, o que aconteceria dentro de 3 meses. Aos poucos meu freezer estava cheio de leite, o que fazia com que a minha auto-estima aumentasse. Acho que isso ajudou muito a minha melhora.

No meio dessa corrida toda, eu mostrei meus peitos para tanta gente em busca de uma solução para minha dor. Só não usei como remédio titica de galinha, do resto eu fiz de tudo: vitamina C, sol, complexo vitamínico, banho de luz, secador, pomadas mil, conchas, absorventes, seios amostra, cascas de frutas.

Meu histórico para uma amamentação bem sucedida era catastrófico: bebê internado 10 dias na UTI, pega completamente errada, a pele do seio bem clara, sucção forte, falta de informação, insegurança, seios machucados, monilíase e embora meu filho ganhasse um peso adequado à curva de crescimento, ele tinha um estereótipo magro e todo mundo que o via, dizia que ele estava magro, sugerindo que meu leite não era suficiente ou era fraco, e quando ele chorava, sempre escutava palpites que era de fome, pois um bebê magro normalmente não parecia estar bem alimentado, uma vez que não era um bebê gordo na visão das pessoas.

Todo esse sofrimento para amamentar, não foi em vão. Eu sofri a cada mamada mas ao mesmo tempo eu fui muito atrás de informação: lia livros, sites de amamentação, conversava muito com gente que acreditava que da mesma maneira que eu fui capaz de gerar, nutrir e parir, eu seria capaz de amamentar o meu filho exclusivamente.

Tudo o que aprendi neste tempo, tento colocar em prática, ajudando mães a ter auto-confiança a amamentar exclusivamente.

Com 5 meses decidi alugar uma bomba elétrica para aumentar a minha produção e consecutivamente meu estoque no freezer. Com 6 meses voltei a trabalhar. Tiro meu leite no trabalho 2 vezes por dia, deixo na geladeira e transporto para casa no final do dia. Separo o leite em potes menores, coloco no freezer, somando-se ao estoque que já tinha. Mesmo passando no mínimo 12 horas fora de casa, continuo amamentando. Amamento antes de sair, quando volto e ele ainda não está dormindo e ele toma meu leite outras 3 vezes durante o dia enquanto eu estou fora, além de ter uma alimentação variada.

Hoje sei que tudo o que eu passei talvez eu precisasse passar para então ajudar tantas mães com quem tenho conversado e dividir tudo o que eu aprendi. Hoje sei que amamentar não é fácil, mas que a tranqüilidade é tudo e é fator determinante para o seu sucesso. Hoje sei que meus seios nunca precisariam estar cheios de leite, para que meu filho ficasse satisfeito. Hoje entendi que muitos dos meus sofrimentos foram inúteis e que poderiam ser amenizados com um mínimo de informação sobre a dinâmica do leite.

Meu filho hoje está com 10 meses, é um bebê saudável e extremamente feliz. Meus peitos hoje não enchem mais, mas eu me sinto extremamente segura de que tenho leite suficiente para deixá-lo satisfeito a cada mamada e que toda a passagem da minha amamentação, só contribuiu para que eu ajude muitas mães que hoje passam pelas mesmas inseguranças que eu passei.

Gisele, mãe do Enzo,
nascido em 02 de setembro,
de parto domiciliar.

Amamentar é a verdadeira junção das palavras mamãe e amar.